terça-feira, 10 de maio de 2016

FICHA SUJA: Citado na Lava Jato, Temer coleciona acusações e não pode se candidatar por oito anos

O vice-presidente da República, Michel Temer, pode assumir a presidência do País a partir desta quarta-feira (11), caso o Senado Federal aprove a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff, que ficaria afastada por um período de até 180 dias. 
O provável sucessor de Dilma, no entanto, levará para o Planalto uma bagagem repleta de denúncias e acusações. O vice-presidente já teve o nome citado por delatores da Lava Jato, enfrenta um processo de impeachment e não pode se candidatar a nenhum cargo eletivo por oito anos.
Lava Jato
Apesar de ainda não ser investigado na Operação Lava Jato, Temer já teve seu nome citado por delatores envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. O engenheiro José Antunes Sobrinho, um dos donos da empreiteira Engevix, afirmou que Temer pagou propina a operadores que falavam em nome do vice-presidente. A mesma denúncia foi apresentada por Sobrinho a respeito do presidente do Senado, Renan Calheiros.
O senador Delcídio do Amaral (sem partido-MT) também mencionou Temer em seu acordo de cooperação com a Justiça. De acordo com o parlamentar, o vice-presidente foi o "grande patrocinador" da indicação do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada para o cargo da área internacional da estatal. Zelada é apontado como o elo do PMDB no esquema de corrupção.
As informações presentes nas delações de Delcídio já foram acatadas pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele determinou que os trechos das declarações do senador sejam incluídos no inquérito que tramita na Corte.
Nome próximo ao presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, Temer já foi citado pelo peemedebista em uma conversa interceptada entre Cunha e o dono da OAS, Leo Pinheiro. No diálogo, Cunha menciona um suposto pagamento de R$ 5 milhões ao vice-presidente.
Inelegível
As acusações contra Temer não ficam restritas à Lava Jato. Há uma semana, o vice-presidente foi condenado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) e está impedido de concorrer a eleições pelos próximos oito anos. A decisão, entretanto, não impossibilita Temer de assumir a presidência em um eventual afastamento de Dilma.
A condenação leva em conta doações de R$ 100 mil feitas por Temer a dois candidatos ao cargo de deputado federal pelo Rio Grande do Sul. O valor em questão representa 11,9% dos rendimentos totais de Temer e ultrapassa o limite de 10% estabelecido pela Lei Eleitoral.
Por conta da doação ilegal, Temer foi multado em R$ 80 mil. O vice ainda pode recorrer da decisão. 
Outro processo envolvendo Temer na Justiça Eleitoral leva em conta a campanha de reeleição da chapa integrada por ele e Dilma Rousseff nas eleições de 2014. A suspeita é de que a campanha tenha feito uso de verba desviada da Petrobras.
Impeachment
Assim como a presidente Dilma, Temer também terá que enfrentar um processo de impeachment, que já tramita na Câmara dos Deputados. O pedido, elaborado pelo advogado Mariel Márley Marra, acusa o vice-presidente de liberar créditos suplementares sem autorização do Congresso em momentos que exercia interinamente a Presidência.
No início de abril, o ministro do STF Marco Aurélio Mello determinou que Cunha, então presidente da Câmara, aceitasse o processo contra Temer. O processo, no entanto, encontra-se parado.
Fonte: noticias.r7.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário