Não me lembro de se chegar a um mês de junho de ano eleitoral com nível de indefinição tal no qual não apenas o candidato governista era ainda desconhecido, como havia cinco possíveis alternativas em vista. Mostra do quão peculiar é o modo de fazer política do governador Cid Gomes (Pros). Porém, com certeza do mês que se inicia amanhã não passa, em função dos prazos legais. Não há nome natural para a disputa. Nenhum deles agrada completamente o núcleo decisório dos Ferreira Gomes. A escolha irá ponderar o saldo, com o perdão do trocadilho infame, dos prós e contras. A essa altura, os aspectos a ponderar estão mais ou menos assim:
Se predominar o critério político, o escolhido tende a ser Zezinho Albuquerque. Ele reúne a maior rede de apoiadores e foi esse fator preponderante na escolha de Roberto Cláudio como candidato a prefeito, em 2012.
Domingos Filho é outro que tem forte sustentação política e é, também, aquele com maior força individual. Isso por ser o mais independente em relação ao governador e à família dele, o que evidentemente pesa contra ele. Houve estremecimentos nos últimos meses, mas o vice-governador se recolocou no cenário e não está completamente descartado.
Caso a opção seja pelo nome com mais afinidade com a família Gomes, o escolhido será Leônidas Cristino. Foi o critério, por exemplo, que levou Luizianne Lins (PT) a optar por Elmano de Freitas como candidato em 2012. Contudo, a disputa empedernida que se anuncia não indica esse caminho como o mais provável. Há informações de que já estaria descartado e de que concorrerá mesmo é a deputado federal, embora possa ganhar força na medida em que pese a opinião da família Ferreira Gomes – e sempre pesa.
Izolda Cela é a perspectiva de novidade absoluta. Além de ser potencial candidata a primeira mulher governadora, reúne os atributos que mais facilmente seriam trabalhados por uma propaganda de massas. Tem um bem avaliado trabalho como secretária da Educação e seria o contraponto a políticos como Eunício Oliveira (PMDB) e Roberto Pessoa (PR). O senão seria a própria candidata, que não transita politicamente, reúne menos apoiadores e demonstra pouca empolgação com a eleição.
Mauro Filho seria o meio termo entre os políticos e Izolda. É parlamentar, tem apoios partidários e, além disso, empresariais. E, também, tem a trabalho elogiado na eficaz área econômica do Governo do Estado, embora num setor bem menos atraente e “vendável” politicamente que a educação. Também é próximo, principalmente, de Ciro Gomes.
A escolha do candidato, assim, definirá o perfil e muito da estratégia de campanha.
Jornalista Érico Firmo
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