domingo, 22 de junho de 2014

Sucessão Estadual: O governador já tem o nome, mas faz reserva

O candidato a governador de Cid e Ciro Gomes já está escolhido. Quando eles voltarem da convenção nacional do PROS, no meio desta semana, quarta-feira, podem fazer o anúncio de como se dará a escolha do escolhido, prática bem ao modelo das antigas lideranças políticas que reuniam seus liderados para decidirem o já decidido anteriormente por elas, passando a ideia de ação coletiva ou democrática.

Os candidatos à chefia do Executivo estadual cearense, pelo PROS, partido aliado a mais de vinte outras agremiações, óbvio, nem-sequer conhecem o critério estabelecido para a escolha do nome e continuam atônitos e ansiosos.

Negar que o governador ainda não tenha o nome do candidato a apoiar é querer subestimar a inteligência coletiva. O respeito pelo cargo o impõe a fazer a melhor escolha. E não se escolhe bem de inopino. Há três ou dois meses antes era possível que ainda pairasse alguma dúvida sobre quem ele iria apontar.

Na última eleição para a Prefeitura de Fortaleza, após o rompimento do governador Cid Gomes (na época, ele ainda estava no PSB) com a prefeita Luizianne Lins (PT), a escolha do candidato a prefeito de Cid, também por falta de regras para a escolha, um dos candidatos acabou deveras frustrado.


Sinalização

Ele fez uma mobilização entre políticos e até empresários para ter o seu nome indicado e acabou assistindo Roberto Cláudio, o atual prefeito, ser escolhido para disputar o cargo, 
sem ter se exposto, como, agora, alguns pretensos postulantes à cadeira do governador estão fazendo, sem dúvida, infrutiferamente, pois tais ações parecem não sensibilizar a quem dirá a última palavra.

Só uma verdade os governistas dizem a amigos e curiosos: o governador não fez qualquer sinalização a nenhum deles. Nem dá abertura para conversas isoladas, com os seus liderados, sobre a formação da chapa majoritária (governador, vice e senador).

Apesar disso, três dos relacionados como pretendentes ao cargo (
Mauro Filho, Domingos Filho, Izolda Cela, José Albuquerque e Leônidas Cristino) enxergam em cada gesto, olhar ou fala de Cid, a qualquer deles dirigido, uma sinalização de ser ele o ungido.

Estão todos atormentados. E com razão. Afinal estamos a oito dias da data limite para a realização das convenções homologatórias das candidaturas. É um prazo muito exíguo até para a elaboração do discurso aos convencionais e ao eleitorado, para dar uma noção de suas ideias sobre as prioridades para governar bem o Estado.

Um pronunciamento que o faça diferente da trivialidade, capaz de transmitir confiança de estar preparado para gerenciar um Estado com carências, maiores ou menores, em todas as suas áreas de atuação imperativas.

O restante da chapa majoritária governista (vice-governador e senador), ainda vai depender de negociações, inclusive com a cúpula nacional do PT, incluindo-se o ex-presidente Lula, sobre o nome do partido para o Senado, posto haver resistência de ordem política quanto ao nome do deputado federal José Guimarães.

Se o governador concentra a decisão da escolha do seu preferido para disputar o Governo, mostrando uma força que nenhuma outra liderança cearense demonstrou ter, também pela falta de musculatura de vários dos pouco mais de vinte partidos que seguem a sua orientação, como comprovam o silêncio ou os resmungos pelos cantos de alguns deles, longe dos ouvidos do chefe, os seus poucos oposicionistas não conseguiram ainda perceber que, isolados, vão continuar muito enfraquecidos na disputa deste ano pelos cargos majoritários (governador e senador) e proporcionais (Assembleia e Câmara Federal).


PMDB, PR, PSDB e PSB, ao contrário dos governistas, ainda não têm suas chapas por falta de nomes (só o PSOL com o PSTU formaram a sua). A vaidade, o egocentrismo e a falta de espírito público fizeram-nos chegar a esse isolamento.

Eles não têm mais com quem se coligar, senão entre si, agora por uma necessidade premente, com sacrifício da candidatura de Roberto Pessoa (PR). Os dois últimos partidos propensos a se enfileirarem com as oposições, PV e PRB já estão com o Governo. Sentiram falta de firmeza na oposição para garantir sucesso a alguns dos seus pretendentes a vagas no Legislativo, isso pela indefinição dos líderes oposicionistas.

Por: Edison Silva

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