segunda-feira, 9 de março de 2015

ACHACADORES...

Achacadores....Declarou o Ministro da Educação Cid Gomes em relação à Câmara dos Deputados em recente palestra: “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil, porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.

O Presidente do Congresso Nacional ficou indignado com tal assertiva, pelo que os líderes dos partidos estão se mobilizando para fazer passar um requerimento, de modo a que seja determinada a convocação do Ministro da Educação para que se explique.

O Congresso Nacional realmente não precisaria convocar o Ministro da Educação para se explicar, porque este – embora pertencendo ao atual governo – disse exatamente o que o povo brasileiro está cansado de saber, está cansado de falar na imprensa, nas redes sociais, nas rodas de amigos, nos bares, nos restaurantes... Mas talvez disséssemos isso de uma forma bem diferente, talvez mais grosseira, talvez mais delicada, não importa, a essência seria exatamente a mesma, isto porque há muito, o Congresso Nacional não representa os anseios do povo brasileiro, de seus eleitores, mas tão somente seus próprios interesses, a maioria deles em prejuízo da coisa pública, dos cofres públicos. E escândalos não faltam para comprovar tal afirmativa. 

O Brasil desliza pelo mar de lama da corrupção, sem rumo, sem prumo. E quanto mais se apura, mais se comprova o quão mais sério é o problema, envolvendo políticos – especialmente – empresários, lobistas, doleiros, etc, todos unidos num único propósito: extorquir dinheiro público e colocar em suas contas na Suíça. 
Apesar de o princípio da separação dos poderes apregoar uma convivência harmônica e independente entre os mesmos, o fato é que o Executivo precisa desesperadamente do Legislativo para fazer passar seus projetos de lei, para aprovar suas medidas provisórias, para viabilizar a governabilidade, para tanto, é necessário estabelecer o diálogo, encontrar um meio termo, onde em quem menos se pensa é no interesse do país, do povo brasileiro.

É nesse momento que se instalam as negociações escusas, as barganhas, os mensalões, as trocas de cargos e tantas outras coisas mais, que muitas vezes sequer desconfiamos. Se procurarmos um pouco mais, o número de “achacadores” talvez aumente consideravelmente, e se levarmos para as esferas estadual e municipal, a coisa toma uma dimensão gigantesca. Isso é vergonhoso!
Fonte: O Estado

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