quinta-feira, 19 de março de 2015

Cid Gomes sai do Governo Dilma mais forte politicamente

Cid Gomes (PROS) sai do ministério da presidente Dilma Rousseff (PT) politicamente mais forte do que quando entrou. Pouquíssimos políticos brasileiros teriam a coragem de fazer o que ele fez, ontem, no plenário da Câmara dos Deputados, ao confirmar o que dissera na Universidade Federal do Pará, sobre a existência de “400, 300 achacadores” naquela Casa.

Ouviu o que não queria, mas foi duro, inclusive ao apontar o dedo para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e dizer que preferiria ser mal-educado a estar sendo investigado como ele (Eduardo).

Neste momento, ainda no calor dos acontecimentos, não dá para mensurar o tamanho do desgaste político para o Governo e para a Câmara. Falar mal por trás, tem um resultado, mas dizer na frente, dá a impressão de verdade e, mais ainda de coragem.

Ser chamado de palhaço como o foi, por um dos parlamentares, e ameaçado de processo judicial, não confere ao acusado ser limpo ou vítima de uma acusação despropositada.

Cid saiu de Fortaleza, na noite da última terça-feira, determinado a sair do Governo, após sua estada na Câmara Federal. Ele ouviu ponderações de amigos e correligionários daqui, mas não os deixou muito esperançosos de continuar ministro. Ele, até com os mais próximos é bem reservado, mas quando determinou que levassem o seu carro particular para o Congresso já deixou bem claro que não sairia de lá mais como integrante do Governo. E assim aconteceu. Ele mesmo foi dirigindo até o Palácio do Planalto, onde entregou o cargo. Os adversários dizem que foi exonerado. Faz parte do jogo político.

É verdade que se não pedisse para sair ia sair de qualquer modo. O Governo não tem musculatura para manter um ministro que, como ele fez, afrontasse a Câmara ao dizer verdades olhando para a maioria dos deputados.


Certo é que, goste ou não dele, é forçoso se reconhecer, ser um político diferente da média geral, de coragem, qualidade reclamada de todos os homens públicos. O futuro de Cid, até as eleições de 2018, ainda não dá para ser analisado.
Edilmar Norões - Jornalista

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