Já virou clichê esse
discurso de que Lavras da Mangabeira precisa promover uma renovação política.
Ficou repetitivo dizer que “mudar é preciso”. Claro que é preciso, isso é fato,
pois convivemos com posturas provincianas.
Estamos de acordo com
essa premissa óbvia, mas como nenhuma transformação ocorre da noite para o dia,
é preciso virar o disco dessa falação e ir para prática.
Para que o processo
político seja oxigenado, é necessário que sementes sejam plantadas para que
essa coisa chata da política ganhe novos ares. E essa semente são os jovens.
Mas a juventude tem motivação para entrar na política? Ora, como se aproximar
de um universo cheio de escândalos, descalabros administrativos, máquinas
públicas emperradas pela “burrocracia”, partidos sem identificação? Razões
suficientes para que eles fiquem bem longe desse negócio.
Façam um teste aqui em Lavras perguntando a algum líder
partidário em como ele pretende valorizar a juventude na política. A resposta é
na lata. Ele vai dizer que lançará candidatos jovens para o próximo pleito
eleitoral. Mas se for só assim, é melhor continuar com a velharia mesmo. De que
adianta meia dúzia de garotões cheios de nada na cabeça se lançar candidato?
O jovem precisa ser motivado com bons exemplos, com
histórias de decência, em valores e princípios. Só que mais do que motivada, a
juventude precisa ser preparada e conscientizada. E isso não se restringe a
oferecer um seminário onde a rapaziada sai com um certificado de formação
achando que sabe fazer política. O buraco é mais embaixo. A conscientização
passa também pela escola e é aí que quero chegar.
A escola não pode ser apenas um local de transmissão de
conteúdos programáticos. Há de ser, acima de tudo, o nicho de formação e
desenvolvimento de caráter. Se conseguirmos conferir à escola o seu papel de
agente de transformação social, certamente estaremos forjando a mudança
política que o país está a merecer.
Para acabar com esse horroroso dito popular, “se não tem tu,
vai tu mesmo”, é preciso constituir novos ciclos e não há outra forma se não a
Educação, mas, uma educação séria, formada por educadores compromissados com um
todo e não com o seu bolso ou sua ideologia própria.
Os jovens de hoje
precisam ser trabalhados agora para não se igualarem ao pessoal que aí está.
Mas é sim difícil educar alguém se o próprio professor não é qualificado para
debater certas coisas. Então que qualifiquem o professor. Mas pensando bem,
para chegar a esse ciclo, isso não vai demorar muito? Vai, e não é pouco não.
Mas não tem outro jeito.
Político não gosta de falar de Educação, porque esse tema
não dá voto. Veja o exemplo do senador Cristovam Buarque: Ele batia na tecla do
sistema educacional público e o próprio eleitor o taxava de chato.
Os
marqueteiros diziam que ele não tem futuro por ser político de um discurso só,
candidato de mono agenda. E é mesmo. Quando Cristovam se candidatou à
presidência da República teve menos que 15% dos votos.
Poucos são aqueles que tratam a educação como prioridade.
Certa vez um deputado que
foi secretário de Educação de um Estado Brasileiro falou que a sociedade não
demanda educação, por isso os políticos não priorizam o setor.
Não é que ele tem razão?
Educação não é
prioridade mesmo, nem no poder público, nem na casa das pessoas. Na reflexão do
secretário, o rico não reivindica melhoria na educação porque o filho já estuda
em escola boa, onde professor não falta, onde não molha dentro quando chove. Já
o pobre não reivindica porque plausivelmente está mais preocupado em alimentar
a penca de meninos que tem em casa. E quando reclama da escola, é porque faltou
merenda para o filho que, muitas vezes, só come o prato oferecido na unidade.
Triste realidade, mas é assim mesmo.
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