Mais um integrante de uma quadrilha de estelionatários de São Paulo que atuava no interior do Ceará foi preso na tarde desta sexta-feira (5), no Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza.
De acordo com a polícia, o homem estava usando documentos falsos e tentava embarcar para São Paulo, quando foi detido. Com a prisão desta sexta-feira, sobre para 33 o número pessoas presas suspeitas de fazer parte de uma quadrilha formada por cerca de 100 pessoas que agia em Itapipoca, na região norte do Ceará. Na quinta-feira (4), 32 integrantes da quadrilha já haviam sido presos, dos quais seis em São Paulo.
De acordo com as investigações, o grupo é suspeito de aplicar golpes com documentos falsificados de cinco mil pessoas. Os estelionatários conseguiam fazer CPF, cartões de banco e de lojas de departamento em nome dos moradores da cidade. O esquema foi descoberto depois da morte de uma mulher que ajudou um estelionatário a fugir. Ele tinha aplicado um golpe nos colegas da quadrilha. Narcílio Domingos de Aguiar era acusado pelos comparsas de desviar R$ 800 mil do bando.
A aposentada Maria Isaura dos Santos, é uma das vítimas da quadrilha. Com renda mensal de R$ 1.356, a aposentada desconhece a origem das cobranças de mais de R$ 4 mil que chegaram à casa dela e não sabe como vai conseguir pagar a dívida. "Não sei de onde veio e, com certeza, os meus cartões vão ser bloqueados. É o que diz aqui na carta". Segundo a polícia, a quadrilha vinha agindo há mais de cinco anos.
A advogada Carolina Parente defende mais de 250 pessoas vítimas da quadrilha. Segundo ela, o principal alvo da quadrilha eram os aposentados. "Os aposentados faziam empréstimos consignados, a quadrilha se apropriava dos documentos e dos cartões e usava para aplicar os golpes. Com os documentos das vítimas, os estelionatários falsificavam cheques, abriam contas em bancos para sacar o limite do cheque especial e faziam compras no comércio.
Com o dinheiro que ganhava com os golpes, a quadrilha abria empresas e adquiria bens. Uma mulher, presa em São Paulo, comprou seis apartamentos, avaliados em R$ 2,5 milhões em uma rua no bairro do Cambuci, no centro da capital paulista. De acordo com as investigações, Danielle Domingos é a dona dos seis apartamentos. A polícia diz que ela assinava até 500 cheques falsos por dia. A quadrilha também comprava carros de luxo, que também foram apreendidos.
“Essa investigação começou quando explodiu milhares de ações judiciais no juizado especial de Itapipoca, onde pessoas que às vezes perdiam documento, chegavam na delegacia para fazer um b.o. [boletim de ocorrência], alegando que nunca tinham comparecido à São Paulo e estavam com o nome no Serasa, SPC, estourado em São Paulo”, conta o delegado paulista Breno Fontenelle.
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