“Com a decadência dos empreiteiros, as empresas de plano de saúde e
laboratórios tornaram-se os principais alvos de propina para os
políticos e executivos do governo”, contou o senador. Em outro trecho da
delação, Delcídio diz que o “time” comandado por Renan, (Lobão,
Barbalho, Jucá e Raupp) exerce um arco de influência amplo no governo,
como no Ministério de Minas e Energia, Eletrosul, Eletronorte,
diretorias de Abastecimento e Internacional da Petrobras além das usinas
de Jirau e Belo Monte.
Segundo o delator, os senadores apadrinharam a manutenção de Paulo
Roberto Costa e Nestor Cerveró na Petrobras. Delcídio ainda disse ser
testemunha do elo entre Renan e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio
Machado. “Seguidas vezes o vi (Machado), semanalmente, despachando com
Renan na residência oficial da Presidência do Senado.” No depoimento aos
integrantes da Lava Jato, Delcídio também citou o vice-presidente
Michel Temer. Segundo o senador, o ex-diretor João Augusto Henriques,
preso por ordem judicial da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de
Curitiba, operou um dos maiores escândalos envolvendo a BR Distribuidora
entre 1997 e 2001, durante o governo FHC.Na delação, o petista sublinha que Temer era o padrinho de João
Henriques. Neste capítulo, Delcídio acrescentou que a relação entre o
peemedebista e Henriques é antiga e que Temer pressionou para que a
presidente Dilma o nomeasse para ocupar lugar de Nestor Cerveró na
Diretoria Internacional da Petrobrás. Mas Dilma vetou. O presidente do
PSDB, Aécio Neves, foi outro senador mencionado. Delcídio afirmou que em
uma conversa com Lula durante uma viagem a Campinas, o então presidente
perguntou-lhe quem era Dimas Toledo.
“Um profissional do setor elétrico. Por que o senhor pergunta
isso?”, devolveu Delcídio. Ao que Lula teria explicado: “É porque o
Janene veio me pedir pela permanência dele, depois o Aécio e até o PT,
que era contra, já virou a favor da permanência dele. Deve estar
roubando muito”. Delcídio ainda contou que, quando presidia a CPI dos
Correios, aceitou estender um prazo para que o Banco Rural fornecesse a
quebra de seu sigilo bancário. Segundo ele, a solicitação de dilação de
prazo foi necessária para que o Rural ganhasse tempo para maquiar seus
demonstrativos contábeis, evitando que o mensalão atingisse o governo de
Minas Gerais.
Depois deste trecho, o nome de Aécio aparece entre parênteses ao
lado de Clésio Andrade, gerando dúvidas se, neste caso, os dois
políticos mineiros foram mesmo citados por Delcídio ou se a
interpretação partiu dos integrantes da Lava Jato. Naquela ocasião,
Aécio ocupava o governo de Minas e não tinha nenhuma proximidade com
Delcídio do Amaral. Já Clésio, então vice-governador, foi sócio de
Marcos Valério na agência SMPB, um dos braços do Mensalão.
Renan liderou o PMDB do Senado para apadrinhar Paulo Roberto e Cerveró
O senador Delcídio do Amaral dedica-se, no anexo 28, a citar a
maior parte da bancada do PMDB do Senado. Em seu depoimento ele descreve
que o “time” formado por Renan Calheiros, Edson Lobão, Jader Barbalho,
Romero Jucá e Valdir Raupp exerce sim um arco de influência amplo no
governo, como no Ministério de Minas e Energia, Eletrosul, Eletronorte,
diretorias de Abastecimento e Internacional da Petrobras além das usinas
de Jirau e Belo Monte. Também diz que os senadores além de indicarem,
“abraçaram” Paulo Roberto Costa e Néstor Cerveró na Petrobras. Por fim,
diz ser testemunha do elo entre Renan Calheiros e o ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado. Segundo Delcídio, ele presenciou os dois
colegas despachando diversas vezes na residência oficial de Renan.
“Tem um arco de influência amplo, em vários setores do governo. A bancada do PMDB no Senador é protagonista, especialmente, no Ministério de Minas e Energia. Tem representantes da Eletrosul, Eletronorte e até, mais recentemente, nas diretorias de Abastecimento e Internacional da Petrobrás, além da Eletronuclear. Entre os senadores, destacam-se Renan Calheiros, Edson Lobão, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp. Passaram pelas mãos desse ‘time’ as UHEs Jirau & Santo Antonio e Belo Monte entre outras obras, além da Usina Nuclear de Angra dos Reis.
“Tem um arco de influência amplo, em vários setores do governo. A bancada do PMDB no Senador é protagonista, especialmente, no Ministério de Minas e Energia. Tem representantes da Eletrosul, Eletronorte e até, mais recentemente, nas diretorias de Abastecimento e Internacional da Petrobrás, além da Eletronuclear. Entre os senadores, destacam-se Renan Calheiros, Edson Lobão, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp. Passaram pelas mãos desse ‘time’ as UHEs Jirau & Santo Antonio e Belo Monte entre outras obras, além da Usina Nuclear de Angra dos Reis.
Na Petrobras, abraçaram a manutenção de Paulo Roberto Costa na
Diretoria de Abastecimento e Néstor Cerveró na Diretoria Internacional,
como consequência do ‘escândalo do mensalão’. A ação desse grupo se fez
presente em subsidiárias da Petrobras como, por exemplo, a Transpetro.
Lá, reinou, absoluto, durante 10 anos, Sérgio Machado, indicado por
Renan Calheiros. Seguidas vezes o vi, semanalmente, despachando com
Renan na residência oficial da Presidência do Senado.”
“Vale lembrar que empresas do senador Eunício Oliveira prestavam e
ainda prestam serviços terceirizados à Petrobras e a várias ministérios,
através de contratos milionários
Renan, Jucá e Eunício e as propinas na saúde
Ainda no anexo 28, o delator fala em esquema de propina na Saúde,
por meio de planos de saúde e laboratórios, com a nomeação de diretores
da Anvisa e da ANS (Agência Nacional de Saúde). Ele diz que os senadores
Renan Calheiros, Eunício Oliveira e Romero Jucá jogaram pesado com o
governo para emplacar as nomeações.
“Especial atenção deve ser dada à ANS e ANVISA, cujas diretorias
foram indicadas pelo PMDB do Senado, principalmente pelos senadores
Eunício Oliveira, Renan Calheiros e Romero Jucá. Jogaram “pesado” com o
governo para emplacarem os principais dirigentes dessas agências. Com a
decadência dos empreiteiros, as empresas de plano de saúde e
laboratórios tornaram-se os principais alvos de propina para os
políticos e executivos do governo.”
Nomeações: Segundo Delcídio, Jucá (à esq) e Eunício indicaram
apadrinhados para diretorias da ANS e Anvisa
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CPI dos correios
O delator Delcídio do Amaral descreve no anexo 13 que quando era
presidente da CPMI dos Correios, durante o mensalão, participou de uma
operação para ajudar o Banco Rural. Na época, ele oficiou um pedido de
quebra de sigilo da instituição financeira. Porém, atendeu aos pedidos
do banco para aumentar os prazos e assim dar tempo suficiente para que
fossem maquiados os demonstrativos internos do Rural. Desta maneira, o
banco evitaria que o mensalão atingisse o governo de Minas Gerais.
“Delcídio do Amaral expediu ofício requisitando a quebra do sigilo do Banco Rural, na condição de presidente da CPMI. Em resposta, o Banco Rural enviou, através de outro ofício, solicitação de dilação de “prazo”. Em um terceiro ofício, Delcídio concordou com a dilação de prazo para a apresentação das informações da quebra de sigilo bancário. Delcídio esclarece que, na verdade, a solicitação de dilação de prazo feita pelo Banco Rural se deu como escopo para “ganhar tempo” para “maquiar” os demonstrativos internos do Banco Rural para, assim, evitar que o “mensalão”, que é mineiro de nascença, atingisse o governo de Minas Gerais (Aécio Neves e Clésio Andrade).”
“Delcídio do Amaral expediu ofício requisitando a quebra do sigilo do Banco Rural, na condição de presidente da CPMI. Em resposta, o Banco Rural enviou, através de outro ofício, solicitação de dilação de “prazo”. Em um terceiro ofício, Delcídio concordou com a dilação de prazo para a apresentação das informações da quebra de sigilo bancário. Delcídio esclarece que, na verdade, a solicitação de dilação de prazo feita pelo Banco Rural se deu como escopo para “ganhar tempo” para “maquiar” os demonstrativos internos do Banco Rural para, assim, evitar que o “mensalão”, que é mineiro de nascença, atingisse o governo de Minas Gerais (Aécio Neves e Clésio Andrade).”
Temer e a aquisição de etanol na BR Distribuidora
No anexo 16, Delcídio do Amaral afirma que o vice-presidente,
Michel Temer, foi “padrinho” do então diretor da BR Distribuidora João
Augusto Henriques, que participou de um esquema de compra ilícita de
etanol. A prática, segundo o delator, aconteceu entre 1997 e 2001,
durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele diz
que a relação entre o peemedebista e Henriques é antiga e que Temer
tentou emplacar o colega na substituição de Nestor Cerveró para a
Diretoria Internacional da Petrobrás, mas foi vetado por Dilma
Rousseff.
“Delcídio do Amaral sabe que um dos maiores escândalos envolvendo a
BR Distribuidora foi a aquisição ilícita de etanol no período entre
1997 e 2001. O principal operador desse esquema foi João Augusto
Henriques (ex-diretor da BR Distribuidora) e atualmente preso por ordem
judicial da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba. A
ilicitude ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O
“padrinho” de João Henriques no esquema do etanol foi Michel Temer,
atual vice presidente da República”
Fonte: Isto É Independente
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