O ministro das Relações Exteriores, José Serra, recebeu da Odebrecht R$ 23 milhões em caixa 2 para sua campanha à Presidência da República em 2010. Dois executivos da empreiteira teriam feito os repasses e parte do dinheiro foi transferida por meio de contas na Suíça. As informações estão no jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira (28).
Os repasses foram citados por Pedro Novis, presidente da empresa entre 2002 e 2009 e hoje membro do Conselho de Administração da Odebrecht, e Carlos Armando Paschoal, diretor da empresa que atuava junto a políticos de São Paulo e doações para campanhas eleitorais. Ambos negociam acordos de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
José Serra |
Novis e Paschoal fazem parte do grupo de cerca de 80 funcionários da Odebrecht que acertam os últimos detalhes para um acordo de delação premiada em massa com a PGR (Procuradoria-Geral da República). Os dois, inclusive, já estão com os termos da delação premiada definidos com os procuradores e a assinatura do acordo deve ocorrer no meio de novembro.
Em 2010, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Odebrecht doou oficialmente R$ 2,4 milhões para o comitê do PSDB à Presidência da República (R$ 3,6 milhões em valores atualizados). Os executivos disseram que o repasse dos R$ 23 milhões foi acertado com a direção nacional do PSDB e o dinheiro foi distribuído a outras candidaturas daquele pleito.
Em agosto, o jornal paulistano e o Jornal da Record já tinham confirmado que Serra recebeu R$ 23 milhões para a campanha eleitoral. Foi a primeira vez que Serra teve seu nome envolvido no escândalo de corrupção da Petrobras, o maior da história do País. A Folha de S.Paulo procurou o ministro das Relações Exteriores, que emitiu uma nota oficial via assessoria. Serra disse que “não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas”. Em seguida, “reitera que não cometeu irregularidades”. O empresário e ex-deputado Ronaldo Cezar Coelho disse que não comentaria o caso até ter acesso ao processo de delação em que seu nome é citado. O ex-deputado Márcio Fortes (PSDB-RJ) foi procurado por telefone, mas não foi encontrado pela reportagem.
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