quinta-feira, 30 de maio de 2013

Radialista denuncia: Menores usuários de entorpecentes perturbam permissionários e passageiros no Terminal Rodoviário do Barro

Alguns menores que frequentam diariamente o Terminal Rodoviário Raimundo Inácio de Sousa no município do Barro/CE estão a perturbar permissionários e passageiros que embarcam e desembarcam e o pior estão a fazer uso de substancias entorpecentes aos olhos de todos sem nenhuma cerimônia. 
A denuncia é do conceituado Radialista naquela cidade, Edigler Pessôa. Segundo Edigler, os menores depois de se doparem deita nos bancos da rodoviária e ao seu lado uma garrafa contendo produto tóxico. 

De acordo ainda com o radialista, várias denuncias ja foram feitas por ele no rádio, solicitando providências na busca de tentar recuperar esses jovens marginalizados em centros especializados, mas, até o presente nenhuma resposta. 

Edigler se indigna e deixa a pergunta no AR: "O que vamos fazer para salvar garotos que estão se acabando cheirando solvente e cola pelas ruas de nossa cidade?".
Já passou da hora das autoridades no município do Barro tomarem pé da situação e urgir providências.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Você Sabia está de volta....e Abelha Repórter Também



Você Sabia que, o Deputado Mauro Filho conseguiu a liberação de recursos financeiros com o Governo do Estado (Casa Civil) para o Lavras Arraiá 2013?.....Quero ver agora a ação dos nossos outros deputados lavrenses...será que vão contribuir também ?.....é melhor deitar né !!!!

Você Sabia que, após a batida de mesa da bancada de Oposição ao Governo Municipal local na Câmara Municipal de Lavras a bancada de situação também resolveu bater à mesa e endurecer o pescoço ?....Pois é, um governo democrático tem que ouvir os seus....olha a insatisfação chegando aí gente!!!

Você Sabia que, as estradas carroçáveis em Lavras, principalmente as que liga o município a Aurora passando pelo Iborepi e a outra passando por Quitaiús estão quase que intransitáveis ?....Será que estão esperando terminar o inverno.....         Ei!!! de que inverno vocês tão falando ? o dos Estados Unidos ?....ei..ê

ATENÇÃO.....ATENÇÃO....alôôôô....cadê a Rádio que iria ser inaugurada agora em Maio ?.....por isso que eu digo.....perdem credibilidade por que querem!!!

          

Ipaumirim/CE: Paralisação dos servidores Públicos Municipais

Falta de reajuste das categorias que recebem acima do salário mínimo; Insalubridade sem ser incorporada; Implantação do PCC da saúde que ainda não houve; Falta de data base para a categoria; Defasagem salarial; Falta de Discussão da pauta de reivindicação; Não Pagamento do retroativo dos professores; Implantação da jornada extraclasse e Implantação da progressão, são algumas das reivindicações feita pelos servidores público do município de IPAUMIRIM a atual gestão municipal e que gerou uma paralisação da categoria.
Funcionários participaram de caminhada que findou na câmara. Na ocasião o secretário de administração esteve apresentando contraproposta. No que se refere ao reajuste o sindicato apresentou como proposta valores que variavam de 10% a 50% teve como contra proposta 10% e 20%. 10% aos motoristas,agente e assistente administrativo,digitador, técnico agrícola,guarda municipal. 20% Psicólogo e Assistente Social,para as outras categorias que não foram contemplado com o reajuste foram contemplada com a insalubridade no percentual de 20%, reajuste e insalubridade será retroativo a abril a categoria aceitou a proposta.

Quanto ao pagamento do retroativo dos professores, o secretário Vivaldo Alves informou do problema com sistema da folha o que dificultou o cumprimento do pagamento dia 23 como havia sido acordado. Ele sugeriu aos servidores que fosse feito o pagamento do retroativo junto com o pagamento do mês que será realizado segundo o secretário até dia 05, sendo aceito pelos presentes.

No tocante a insalubridade, a administração reconhece o direito da categoria e concede retroativo a abril. O PCC da saúde o secretário reconhece que deve ser implantado e que o sindicato entre em contato com a Secretária de saúde e trace a melhor estratégia pra a sua implantação, a administração reconhece como uma reivindicação justa e sugere que seja criada uma comissão para discussão e implantação do plano.
O Prefeito de Ipaumirim, Wilson Alves de Freitas (PUICA) mostra aos demais gestores da região que não se pode administrar nada sem dialogar. 

O Prefeito Puíca coloca todo o seu Staff de Secretários para entender e de forma sensata chegar a uma solução melhor para todos.

                                                Fonte: Ipaumirim.com

terça-feira, 28 de maio de 2013

Dep. Mauro Filho consegue liberação de recurso para Lavras Arraiá 2013

O Deputado Estadual Mauro Filho (PSB) atual Secretário de Estado da Fazenda do Ceará, acaba de conseguir a liberação de recursos em forma de Patrocínio para a Festa do Lavras Arraiá, tradicional festa junina lavrense.
A liberação foi conseguida pelo Deputado Mauro Filho junto ao Governo do Estado, de maneira particular, a Casa Civil.

Resta agora, o Prefeito de Lavras Dr. Tavinho procurar a Casa Civil do Governo do Estado do Ceará para receber oficialmente a verba. 

sábado, 25 de maio de 2013

Mãe Nida: Quitaiús sente muito sua falta

O Blog abre a partir de hoje, espaço para reverenciar homens e mulheres que muito se doaram em prol de uma comunidade.
A nossa homenagem primeira, não poderia ser diferente. Ela é uma guerreira, atenciosa, cuidadosa e com um coração que não cabe no corpo. Estamos falando de Eronildes Alencar Sampaio. Para alguns esse nome pode até passar despercebido, mas quando se fala em Mãe Nida, logo todos sabem de quem estamos falando, pois bem, as duas, são a mesma pessoa.
Mãe Nida, foi parteira por muitos anos em Quitaiús – Distrito de Lavras da Mangabeira.
A geração de nossos pais – com raras exceções – veio ao Mundo por hábeis mãos das parteiras. Um pequeno rincão como Quitaiús não poderia ser diferente. Quem não se lembra de Eronildes Alencar Sampaio, carinhosamente chamada por Mãe Nida, a parteira Mãe Nida que fez o parto de muitas mães Quitaiuenses? Até mesmo Luiz ‘Lua’ Gonzaga, com seu sucesso ‘Samarica Parteira’, prestou sua homenagem àquelas que, nos longínquos sertões, nos traziam à luz, ao tempo em que confortavam e orientavam nossas mães. Hoje, mãe Nida vive em Juazeiro do Norte.
Acometida por acidente vascular cerebral, ela ao contrário de médicos ou enfermeiros que precisam da técnica para desempenhar suas profissões, na época contava apenas com o seu dom para realizar seu ofício.
Essa mulher chegou a ocupar por duas legislaturas, uma cadeira na Câmara Municipal de Lavras da Mangabeira se elegendo como vereadora pela primeira vez em 1988.
Como ela sempre fala, o seu amado Quitaiús, teve de Mãe Nida na época uma atenção dobrada, reivindicando para sua terra, melhorias, principalmente na área da saúde pública.Foi dela, o pedido para a construção de um posto de saúde que foi construído pelo Prefeito de então Carlos de Olavo e que até hoje, atende aos que moram no Distrito e na sua zona rural.Apesar de estar como Vereadora, Mãe Nida nunca deixou de atender as gestantes que chegavam a sua casa que se transformava numa pequena maternidade.
A casa de Mãe Nida, já não era mais dela, e sim do povo humilde que a procurava e que ela o acolhia de forma carinhosa.Quando Vereadora em 1989 foi dela o presente recebido por este profissional (Paulo Sérgio de Carvalho) o Título de Cidadania Lavrense.Se não fossem essa mulher/parteira/mãe, muitas crianças teriam morrido, embora a ciência e a elite não tenham dado o valor que as parteiras como mãe Nida, merecem, mas Deus lhes consagrou parteira do Brasil. Salve MÃE NIDA e todas àquelas que ajudaram as crianças da nossa região.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Para Mauro Filho, PSB vai sim apresentar o sucessor de CID

O Deputado Estadual Mauro Filho, atual Secretário de Estado da Fazenda do Ceará, prestou entrevista a Rádio Campo Maior AM 840 da Cidade de Quixeramobim. 
Mauro Filho vice-presidente estadual do PSB, falou sobre a cogitação de seu nome à sucessão do Governador Cid Gomes em 2014 bem como sobre o trabalho para se manter a aliança com os partidos que dão sustentação ao Governo do Estado na Assembléia.
O Vice-Presidente do PSB, falou do crescimento do partido a nível nacional, no Ceará, o partido saiu de 27 para 40 prefeitos, além de ter conseguido fazer a prefeitura da Capital.
Mauro Filho diz ser natural, se preservando a aliança, que o PSB tenha um candidato a governador.
O secretário afirmou que tem conversado muito com Ciro Gomes 
Sobre a possibilidade do vice-governador Domingos Filho bem como do Presidente estadual do PMDB no Ceará senador Eunício Oliveira, saírem candidatos, Mauro Filho afirmou ser natural a aspiração de ambos: 
“Domingos e Eunício, legitimamente vão ter que decidir qual o candidato, se é que a decisão do PMDB vá ser de romper com o governador. Eu ainda acho que é importante esta aliança, mas eles tem um partido, é possível que possa sair um candidato... Mas reafirmo, essa é uma decisão legítima, os partidos aspiram alcançar outros degraus, mas nós do PSB vamos fazer de tudo pra preservar essa aliança”.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Problema Continua: DER dar apenas uma penteada mas não resolve problema em ponte na Rodovia Pe. Cícero em Quitaiús


O Departamento de Estradas e Rodagens do Ceará – DER, ainda não conseguiu resolver em definitivo o problema registrado em uma ponte próximo a Quitaiús – Distrito de Lavras.
A ponte fica na CE 385 – Rodovia Pe. Cícero, entrada do distrito. Ali vários buracos foram abertos. Segundo alguns populares do distrito, a ponte tem mais de 40 anos e quando a Rodovia Pe. Cícero foi construída, foi dada a mesma apenas alguns retoques.
Com o tempo, e com a passagem de carros pesados como carretas bi-trem, alguns pequenos buracos abriram e hoje preocupa.
Nesse mês de maio, o DER esteve com uma equipe no local e fez apenas um paliativo, visto que um buraco no meio da ponte que se pode avistar o riacho que passa em baixo não foi fechado.
A CORAL, está realizando trabalhos de desvio em uma via carroçável que segundo os engenheiros da empresa seria para ser utilizada quando da interrupção da Rodovia Pe. Cícero para o devido conserto da ponte. Um cone de sinalização ainda encontra-se no meio da ponte, dificultando o tráfego no local, de maneira especial, a noite.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Panfletos apócrifos: Anônimos se escondem para atacar Administração Municipal de Lavras

Hoje (20/05) amanheceu nas ruas da cidade e em alguns distritos, panfletos apócrifos de um suposto movimento intitulado "Acorda Lavras".
É justo que qualquer movimento popular vá as ruas, reivindicar algo em prol de alguém ou de uma comunidade.  Os movimentos populares terão sempre nossa atenção, pois achamos e acreditamos piamente na democracia e na liberdade de opinião.
Agora, o que não concordo é com a tática de atacar nas sombras, atitude adotada por arruaceiros em décadas anteriores para jogar pedras e paus quebrando vitrines das pessoas e depredando o patrimônio público em nome de falsos ideais, de pessoas cujo único compromisso na verdade, era e é com seu próprio EGO e o cult à própria personalidade, com falácias, seduzindo o povo para uma luta, mas na hora de lutar, se escondendo atrás, nas últimas fileiras, por medo das "balas".
Esse movimento Acorda Lavras, me parece algo assim, e explico:

1 - não tem titularidade
2 - são inverídicas as afirmações contidas no panfleto
3 - fotos relativas a saúde que não são de Lavras 

Que a saúde em Lavras está mal, isso é um fato, mas ela já vinha piorando algum tempo, mas cobrar da atual gestão o Hospital Municipal é algo ridículo, visto que sua antecessora teve 08 anos e não conseguiu construí-lo, apesar das promessas, sem esquecer dos Prefeitos anteriores, mesmo assim já deu um passo para tal intento que foi a aquisição do terreno para a construção do mesmo

Dizer que a cidade está suja, que a sujeira tomou conta da cidade é outra inverdade. Não podemos esquecer que quando de finais de semana com festas, é natural o vandalismo de alguns, derrubando latões e camburões de lixo, atitudes deploráveis, mas que no dia seguinte o lixo é recolhido e os locais são devidamente limpos. Acredito que todo aquele que se utiliza do anonimato para atacar alguém ou a uma instituição pública ou privada é necessariamente um frouxo, um covarde, assim como é cúmplice da covardia, e do Mau-Caratismo aqueles que o(a) defendem. 

O Governo Municipal de Lavras, tem muitos desafios pela frente, e aqueles que se utilizam de práticas como essa, de distribuir panfletos sem "assinatura" fazem com que, ganhem ainda mais o descrédito da população visto a maneira espúria para conseguir galgar aquilo que pretendem. 




Cariri Cangaço em Lavras: Secretaria de Cultura da Show de Organização


A Secretaria Municipal de Cultura e Esporte de Lavras da Mangabeira mostrou competência ao realizar o Avant Premier do Cariri Cangaço 2013 no município. O evento trouxe a Lavras, personalidades da arte, cultura e literatura do nordeste brasileiro.

A frente, esteve a Secretária Cristina Couto que travestida de Maria Bonita cerimoniou o Avant Premier nas Dependências da Câmara Municipal de Lavras, tomada por escritores, historiadores, imprensa e populares simpatizantes da história do Cangaço. A cavalgada Lêla Férrer, puxada pelo escritor, poeta, historiador e critico literário Dimas Macedo e pelo Deputado Estadual Heitor Férrer contando com a presença de vários cavaleiros abriu oficialmente o evento na tarde do sábado (18/05).
Cristina Couto convidou Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, para presidir o Avant Premier.

       Severo falou da alegria em estar em Lavras, terra de mulheres e homens letrados e terra onde o coronelismo se fez presente com muita força, destacando-se a figura da Coronela mais importante do Ceará, quiçá do Nordeste brasileiro que foi D. Fideralina Augusto Lima.

A organização do evento, desde os mínimos detalhes 
comungando com a sincronia dinâmica dada pela secretária, 
como falas, apresentação de vídeos e recepção deixou para 
os presentes uma ótima impressão. Foi exibido um vídeo, 
que trazia a fala do Prefeito Municipal de Lavras Dr. Gustavo 
Augusto Lima Bisneto que não pode estar presente ao 
evento em virtude de compromissos assumidos 
anteriormente.
Dimas embebedou a platéia presente com relatos de
fatos curiosos ocorridos da época do Coronelismo, que 
foi marcado por tragédias em Lavras, bem como, o botar 
pra correr de Lampião pelos cabras do Cel. Raimundo 
Augusto Lima.

Ao final da tarde/noite, jovens estudantes da Escola Assis 
Lucena brindou a todos com uma apresentação típica do 
cangaço, xaxado. A noite, a festa continuou na Praça da 
Estação, local onde está instalada a Secretaria Municipal de 
Cultura e Esporte de Lavras sendo servido jantar aos 
convidados um trio forrozeiro animou a noite com um típico 
forró pé de serra.

No domingo pela manhã, ocorreram às visitações na casa de 
D. Fideralina Augusto no centro da cidade e em sua 
fazenda localizada no Sítio Tatu a 8km da cidade e aí já 
contando com a presença do Prefeito Municipal de Lavras 
da Mangabeira. Dr. Tavinho.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dona Fideralina Augusto: Por:Dimas Macedo


Primeira filha de Isabel Rita de São José e do major João Carlos Augusto, antigo deputado à Assembléia Provincial cearense, nasceu Fideralina Augusto Lima em Lavras da Mangabeira (CE), aos 24 de agosto de 1832. Apesar de jamais ter vivido fora do seu município, sua fama de mulher destemida e audaz correu mundos, sendo considerada uma das maiores simbologias do mandonismo e uma das grandes expressões políticas do Ceará e do Nordeste.

Conhecida como figura de destaque do coronelismo, cujo espírito encarnou com a sua armadura de guerreira, Fideralina sempre levou às últimas consequências as vinditas com os seus adversários, ganhando ou perdendo as demandas com as quais se envolveu. Falecida aos 16 de janeiro de 1919, foi casada com o major Ildefonso Correia Lima, e entre os fatos marcantes da sua trajetória podem ser enumerados: a detenção do poder político supremo, em Lavras da Mangabeira, e a derrubada do seu próprio filho, Honório Correia Lima, da chefia da Intendência local.

Senhora de vastos domínios territoriais e de grande vocação para o exercício da política, em Lavras estabeleceu residência em casarão localizado na então Rua Grande, hoje Major Ildefonso, e sua vivenda de campo foi construída no sítio Tatu do mesmo município, ostentando, além da casa-grande, a senzala, a capela e o engenho, símbolos máximos da autonomia do sistema latifundiário. Vastíssima tem sido a crônica histórica a seu respeito, valendo destacar algumas opiniões de abalizados conhecedores da nossa história política, selecionadas entre a complexa bibliografia que registra a sua trajetória. Em torno de sua pessoa disse Antônio Barroso Pontes: “Dona Fideralina, que na sua época dominou toda a região sul do Ceará”. E Joaryvar Macedo: “Mulher forte, Dona Fideralina tornou-se uma das maiores expressões da política cearense do seu tempo”. 

Assim opinaram Antônio Martins Filho e Raimundo Girão: “Valente espírito feminino a quem muito interessava a política cearense”. Já para Hugo Victor Guimarães foi Dona Fideralina uma “mulher extraordinária como expressão de bravura e coragem” e “uma das mulheres que tiveram maior projeção na vida política do Ceará”.
Para o pesquisador João Alves de Albuquerque, foi Dona Fideralina a “respeitável senhora que durante longos anos dirigiu a política de Lavras, cuja chefia lhe fora arrebatada pela morte, pois, só assim, lhe seria abatido o grande prestígio que sempre desfrutou em sua terra”.

O poeta Gentil Augusto Lima, em conferência proferida na Associação de Imprensa da cidade de Campos (RJ), em 1955, assim se manifestou sobre ela: “Mais brava e de muito mais valor do que Bárbara de Alencar, e ainda do que Anita Garibaldi”. Já o historiador Valdery Uchoa afirmou ser Dona Fideralina uma “mulher notável pelo seu destemor e pela sua bravura”.

João Clímaco Bezerra, em artigo estampado na revista Manchete (em 1976), buscando um paralelo para Marica Lessa, que inspirou o romance – Dona Guidinha do Poço –, de Oliveira Paiva, assim expressou o seu ponto-de-vista: “uma dessas mulheres que dominaram os sertões no tempo do império e que passaram ao lendário cearense como Dona Fideralina das Lavras da Mangabeira”. O historiador fluminense João Medeiros, em passagem de um dos seus livros, registrou que Dona Fideralina era uma mulher que, pela coragem e atitudes matriarcais, merecia o respeito em toda uma vastidão rural. E argumentou, em seguida: “Daí ser acatada sua palavra nos pronunciamentos políticos da região, pois conseguia ter seus filhos na representação do governo municipal, Assembleia Estadual e Câmara Federal”.E mais, revelou João Medeiros que o Padre Cícero, certa feita, chegou a ponderar que “não se podia escrever a história do Cariri sem se deter  na pessoa dessa digna matrona”.

O testemunho mais lúcido sobre Dona Fideralina, no entanto, fica por conta de Rachel de Queiroz, que, em artigo estampado na revista O Cruzeiro, de 07 de agosto de 1976, depois de afirmar que essa destemida matriarca lavrense foi “a mais famosa dona do Nordeste, e a senhora de mais cartaz do seu tempo”, acrescenta que Dona Fideralina “foi uma espécie de rainha sem coroa, foi uma legenda”. Ainda segundo as palavras de Rachel, “Das margens do São Francisco aos seringais do Amazonas a palavra de Dona Fideralina era lei. Sendo de corpo uma fraca mulher como nós todas, tinha, entretanto, uma alma de varão, e como varão era não apenas reconhecida, mas temida”.

E prossegue a autora de O Quinze: “Como toda pessoa que cai no folclore, acontece que a figura de Dona Fideralina foi algumas vezes deformada, envenenada, pois a boca do povo sempre altera o que repete, para o bem e para o mal. E assim, porque Dona Fideralina não tinha medo de ninguém, porque sendo apenas uma mulher, sabia fazer-se respeitada como um coronel de bigodes; porque, num tempo em que o cangaço era a lei única e nem o exército podia direito com um bando de jagunços (exemplo: Canudos, Juazeiro, Princesa), Dona Fideralina também se cercava de cabras armados para a defesa dos seus e da sua casa”.

Na fase mais criativa da maturidade, ao publicar a sua obra-prima, Memorial de Maria Moura (São Paulo, Editora Siciliano, 1992), Rachel de Queiroz foi incisiva ao dizer que se tratava de um romance à clef, inspirado na vida de Dona Fideralina Augusto. E mais: chegou a publicar um folheto intitulado: Dona Fideralina das Lavras (Rio, UFRJ, 1990).

O Cego Aderaldo, num dos seus poemas em que historia a Revolução de 1914, que derrubou o Governo Franco Rabelo, no Ceará, dá-nos igualmente a dimensão dessa ilustre matrona sertaneja, quando diz: “Goesinho rolou no chão / temendo a bala ferina / mas quando ele conheceu / que ali havia ruína / correu com medo dos cabras / de Dona Fideralina”.
A sua participação na Revolução de 1914, conhecida por Sedição de Juazeiro, foi das mais decisivas para a vitória do Movimento. De uma só empreitada, segundo Floro Bartolomeu, ela teria colocado cinco mil cartuchos à disposição dos que lutavam contra o Governo de Franco Rabelo.

Otacílio Anselmo, que se refere a esse episódio, no seu livro Padre Cícero: Mito e Realidade (Rio, Editora Civilização Brasileira, 1968); e bem assim historiadores como João Brígido e Joaryvar Macedo atribuem um papel político de destaque a Dona Fideralina Augusto, diante da Sedição de Juazeiro e ao tempo da Primeira República.

Manteve Dona Fideralina relações de amizade com o Padre Cícero, e com os maiores coronéis do Cariri, colocando-se contra ou a favor dos que rezavam ou não rezavam pela sua cartilha, mandando e desmandando nas coisas da política sempre que achava que assim devia proceder. E o vulgo popular compreendeu, e a literatura de cordel assim registrou que ela, Dona Fideralina, diferente dos grandes coronéis do Cariri, queria mandar no mundo inteiro e não apenas na política da sua região. Na sua terra de berço, jamais admitiu que alguém tivesse mais poder do que ela, vivendo sempre às turras com o Monsenhor Meceno, político cearense da maior expressão e que foi vigário de Lavras durante o apogeu do seu mandonismo. Fidera vasculhou de tal forma a vida desse sacerdote, que terminou descobrindo, em Tauá, um deslize por ele cometido, dando ciência do feito a seus paroquianos, através de um panfleto bastante audacioso. 

Na primeira década do século precedente, tomou partido em várias refregas memoráveis verificadas no Sul do Ceará, e de todas essas refregas saiu-se Dona Fideralina muito bem, fazendo, em Lavras da Mangabeira, o casamento da sua filha Josefa com o Juiz de Direito da Comarca, ameaçando-o com uma severa imposição, e tal forma que o magistrado se mudou depois para o Amazonas, não regressando mais ao Ceará. 

Em 1902, como registra Joaryvar Macedo, em Império do Bacamarte (Fortaleza, Casa de José de Alencar, 1990), a velha matriarca de Lavras determinou a invasão de Princesa, no Estado da Paraíba, para vingar a morte do seu neto, Ildefonso Augusto, constituindo, na época, o Batalhão de Dona Fideralina, comandado por Zuza Febrôncio e que ali cumpriu fielmente a sua decisão. 

Em Lavras, investiu-se com todas as prerrogativas no poder local, fazendo o jogo dos interesses políticos com a posição da Intendência; e, não conseguindo demover o seu filho, Honório Correia Lima, do cargo de Intendente, em 26 de novembro de 1907, retirou o mesmo do poder pela força do velho bacamarte, cobrindo-se depois de luto e se enfurnando em sua fazenda, durante certo tempo.O fato , como bem salientou o historiador Joaryvar Macedo, trouxe consequências funestas, não somente para os membros da família Augusto, da qual Dona Fideralina era o pedestal máximo de referência, mas para todo o município de Lavras da Mangabeira. 

Seu pai, João Carlos Augusto, antigo Deputado Provincial, fez-se, em toda a região do Vale do Salgado, um dos maiores líderes políticos do seu tempo. Afilhado e tido como filho natural de um governador do Ceará (o Barão de Aracati), trazia do berço, o Major João Carlos, os requintes da aristocracia; e como bom guerreiro e líder político do seu povo, chefiou as tropas que libertaram a Vila de Lavras dos asseclas de Pinto Madeira.

Em 1832, ano em que Dona Fideralina nasceu, a Capital do Médio Salgado encontrava-se dominada por esse grande caudilho de Jardim, que espalhava terror e sobressalto em todas as ruas do lugar, às vezes, até em parceria com o Padre Verdeixa, o vigário lavrense de então.  Esse desmiolado Padre Verdeixa, conhecido pela alcunha de Canoa Doida, foi quem batizou Fideralina Augusto, aos 19 de setembro de 1832, na Igreja Matriz de São Vicente Ferrer, recebendo ela, na pia batismal, o nome que o seu pai achava muito próximo dos ideais federalistas e da forma de Estado nos quais acreditava, e pelos quais os seus familiares lavrenses haviam lutado bravamente.

O entorno familiar de Fideralina Augusto fez-se, todo ele, cercado de tragédias e acontecimentos que chamam de plano a atenção: seu tio-avô, pelo lado materno, José Joaquim Xavier Sobreira, vigário da freguesia de Lavras e político de grande atuação em todo o Ceará, foi envenenado; sua tia, pelo ramo paterno, Cosma Francisca de Oliveira Banhos, assim como seu pai, João Carlos Augusto, e o seu irmão, Ernesto Carlos Augusto, foram assassinados; e seu primeiro neto a formar-se em Medicina, Ildefonso Augusto de Lacerda Leite, foi trucidado de forma violenta na Vila de Princesa, em 1902. 

Mas Dona Fideralina, com os fulgores da sua fortaleza, sobreviveu a todas as tragédias, à ferrenha oposição da sua irmã, Dulcéria Augusto de Oliveira, e a todas as circunstâncias difíceis da sua trajetória. Teve que tomar decisões que lhe fizeram sangrar o coração, tal aquela de optar por um filho, o Coronel Gustavo, e ter que derrubar o outro do poder político pelo uso da força. Episódios verificados na cidade de Lavras entre 1907 e 1910 e, especialmente, entre 1911 e 1914, trouxeram-lhe vários dissabores, e dividiram definitivamente os descendentes da família Augusto, ao preço de assassinatos memoráveis, tal aquele perpetrado contra o seu próprio filho, o célebre Coronel Gustavo. 

Como nenhum mandatário do seu tempo, Dona Fideralina encarnou as instituições vigentes em sua época, juntando, ao seu patrimônio de latifundiária, várias possessões de terras do município, e garantindo a sobrevivência do feudo com o trabalho servil de base escrava, que jamais aboliu nas cercanias das suas fazendas e na casa-grande do sítio Tatu.

Ali, ignorou a abolição da escravatura e durante a primeira década do século precedente continuou sendo carregada de liteira pelas ruas de Lavras, segundo os seus próprios descendentes, que com ela conviveram de perto e testemunharam a sua maneira ousada de viver. No sítio Tatu – como reza uma quadra popular –, não apenas criou negros para o sei deleite, mas os transformou em expressões de relevo da vida social do município, exportando-os também para outras regiões do Ceará, tais os casos de José Ferreira da Silva (o Zé Rainha), personagem de destaque do carnaval de Fortaleza; e de Luís Preto, que foi imortalizado por Batista de Lima num dos seus poemas de maior expressão.

Vivendo num momento marcado pela presença do banditismo das hordas facínoras de cangaceiros, não deixou de arguir em torno de sua defesa pessoal, na preservação dos interesses legitimados pelo seu código de honra, homens ágeis no manejo do trabuco como um Antônio Preto ou um Nego Bento, ou ainda cangaceiros destemidos do porte de um Miguel Garra. Desfrutou Dona Fideralina as concessões sociais da sua época; mas é certo também que dispensou as regalias que lhe eram conferidas pelo sistema latifundiário, fazendo o percurso do sítio Tatu até a sede municipal nas costas de possantes cavalos, sempre com um bacamarte na lua da sela, cena varonil que deixou marcantes impressões no Dr. Augusto Dias Martins, que exerceu as funções de Juiz de Direito da Comarca de Lavras, no final do século dezenove.

Viúva ainda muito jovem, assim permaneceu até a data do seu desenlace, sublimando a sua solidão e, possivelmente, a sua libido, com a energia que movimenta o mundo da política, mas surpreendendo, também, pelo gosto que demonstrou pelas coisas da cultura, tendo sido, em Lavras da Mangabeira, correspondente da revista Estrela, fundada e dirigida em Fortaleza (e depois em Baturité e Aracati) pela escritora Francisca Clotilde. 

O seu esposo, Ildefonso Correia Lima (16.3.1928 a 27.12.1876), natural de Várzea Alegre, exerceu, na Vila de São Vicente das Lavras, preponderante atuação política, tendo ali ocupado os cargos de membro da Guarda Nacional, juiz municipal, delegado de polícia, vereador e presidente do Poder Legislativo, o que correspondia na época ao cargo de Prefeito. Além do seu marido, todos os seus filhos, genros e cunhados protagonizaram de tal modo o poder político em sua terra, que se torna difícil, na história de Lavras, encontrar um cargo de chefia do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário (estadual ou municipal) que não tenha sido por um deles monopolizado, isto desde quando ela resolveu encarnar a política como vocação, somente deixando de reinar após a sua morte, em 1919.

Conhecida igualmente por Fidera, ou Didinha, como ainda hoje lhe fazem referências alguns membros da família, o certo é que Dona Fideralina Augusto tem presença assegurada na história das transformações políticas por que passou o Ceará nas primeiras décadas da República Velha.

Figura lendária e até certo ponto mitológica, em seu município e na região Sul do Ceará, a sua condição de matriarca de uma prole que por diversas razões se tem destacado no Ceará e além-fronteiras, imprime-lhe respeito ao nome e aos valores da sua tradição.

Em Dona Fideralina, a vocação maior foi sempre a política, que recebeu como herança dos ancestrais e que tão bem soube transmitir como legado aos seus descendentes. Três dos seus filhos tomaram assento como deputados na Assembléia Legislativa estadual, tendo dois deles exercido o cargo de Vice-Presidente do Estado. 

Dois dos seus bisnetos chegaram ao Senado Federal e nele tomaram assento, e doze outros descendentes seus exerceram mandatos de Deputado. Diversos membros da sua estirpe memorável têm exercido postos de destaque na vida política, administrativa e econômica do Estado, bem como em outros setores da vida social do Ceará. 

É vasta a bibliografia a seu respeito. Entre livros e opúsculos, no entanto, sugiro a remissão às seguintes fontes: Dona Fideralina das Lavras (Rio, 1990), de Heloisa Buarque de Holanda e Rachel de Queiroz; Uma Matriarca do Sertão – Fideralina Augusto Lima (Fortaleza, 2008), de Melquíades Pinto Paiva; e A Vocação Política de Fideralina Augusto Lima(Fortaleza, 1991), de Rejane Augusto.   

O Blog teve acesso com exclusividade a Casa da Rua de Fideralina Augusto Lima: