domingo, 28 de fevereiro de 2016

JANELA PARTIDÁRIA: PMDB perderá parlamentares e o PDT é o que mais ganhará

Está valendo tudo na disputa pelo controle de partidos e número de filiações, principalmente quando estas são de detentores de mandatos eletivos. É um verdadeiro "Mercado Negro", onde entra recursos do Fundo Partidário, promessa de cargos públicos em todas as esferas da administração, além da garantia de influência política para defesa de prefeitos, vereadores e demais liderados.
E não fica por aí. Tudo é possível oferecer ou pedir, de modo que, até o próximo dia 19, quando termina o prazo da tal "janela partidária", criada pela emenda constitucional 91, é quase impossível se diagnosticar, com a seriedade reclamada pelo tema, o quadro da sucessão municipal em Fortaleza, bem como em todo o interior cearense.
Os bastidores fervilham. Como aqui, em outro momento, já afirmado, todas as questões postas para formação de alianças estão voltadas para o pleito de 2018, a eleição presidencial, de governadores, senadores e deputados: federais e estaduais. Só os candidatos a prefeito estão realmente focados unicamente em outubro próximo.
E os interesses hoje, no centro das negociações, vão de participação na chapa majoritária estadual ao inchaço dos partidos para o usufruto de suas vantagens, a partir da venda dos espaços a eles conferidos no rádio e na televisão, passando pela divisão do bolo da gestão administrativa, onde os comandantes podem se refestelar com uns poucos da entourage.
Janela
Desde a semana passada sofrem mudanças as bancadas partidárias na Assembleia. O primeiro a trocar de sigla foi o deputado Joaquim Noronha, eleito pelo PP, hoje o deputado comanda no Ceará o PRP, antes dele, mas, também muito recentemente, já haviam deixado as legendas pelas quais se elegeram para formar a bancada do Partido da Mulher Brasileira (PMB), a última sigla formada no País, as deputadas Bethrose e Laís Nunes, além de Júlio César, Naumi Amorim e Odilon Aguiar. Nesta semana, é a vez da transferência de nove deputados do PROS para o PDT.
O PDT, com o ingresso dos liderados de Cid Gomes, reunirá onze deputados estaduais. O peemedebista Walter Cavalcante pode ser o décimo segundo. Sua indisposição com o PMDB, antes mesmos de ser afastado da direção municipal do grêmio, o aproximou mais ainda do prefeito Roberto Cláudio, cuja relação política ficou consolidada quando ele presidiu a Câmara Municipal de Fortaleza, no início desta legislatura. 
O PMDB poderá perder mais ainda dois parlamentares estaduais: Agenor Neto e Doutora Silvana. Esta, dada como certa no PP, que perdeu Joaquim Noronha, mas ficou com Zé Ailton, e ganhará Bruno Pedrosa, Doutora Silvana, Fernando Hugo e Lucílvio Girão, ambos saídos do Solidariedade.
Outras mudanças ainda poderão ocorrer. A persuasão de um lado, e o interesse de se dar bem do outro são os dominantes na política cearense nestes dias. E sem reservas. É comum se ouvir alguém dizer que mudou de partido, por necessitar de um padrinho forte no Governo. A propósito, a maioria das novas filiações são de políticos apontados como da base de apoio à gestão de Camilo Santana, leia-se os nomes do PMB e do PP.
Fonte: Diário do Nordeste

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