Lavras da Mangabeira é um dos
municípios do Nordeste cuja história vem sendo estudada com dedicação, apesar dos
golpes contra a sua memória e a sua identidade. O interesse por seus
personagens e pela sua saga cultural e política mostra-nos que entre o
bacamarte e a caneta uma civilização foi erguida no Sul do Ceará.
O nome de Joaryvar Macedo não pode ser esquecido como ponto de
partida dos estudos históricos desse município, e acredito que aquilo que fiz
em torno do assunto também será lembrado pelos historiadores do futuro.
Luiza Correia Lima, com o seu jeito memorialístico de contar-nos a sua
versão, igualmente deve ser lembrada, especialmente pelos seus livros de
caráter didático e pela sua memorável biografia: Padre Alzir Sampaio –
Um Gigante da Fé (Fortaleza, 2013).
Rejane Augusto, a autora de História Eclesiástica de
Lavras da Mangabeira (Fortaleza, 2013), tem uma produção já bastante
extensa sobre a sua terra, e sobre as vidas de alguns lavrenses, destacando-se,
entre eles, Dona Fideralina e o coronel João Augusto, avô, este último, do
prefeito atual daquele município.
Mas o que está em jogo, neste ano de 2013, é a história da Paróquia de São Vicente Ferrer,
pertencente àquela localidade, criada aos 30 de agosto de 1813, e que teve um
lavrense como seu primeiro vigário, o Padre José Joaquim Xavier Sobreira.
Dos primórdios aos dias de hoje, a vida eclesiástica de
Lavras passou por vicissitudes que modelaram o seu jeito ser: uma paróquia
aberta para a Eclésia, os dons espirituais e o zelo apostólico de muitos dos
seus sacerdotes, cabendo destacar, entre eles, o Monsenhor Meceno Linhares, o
Padre Raimundo Augusto Bezerra (Padre Mundoca) e o seu vigário atual, o Padre
Benedito Evaldo Alves.
Entre os anos de 1938 e 1971, a Paróquia de Lavras
da Mangabeira conheceu o seu esplendor, tendo-se presente a atuação apostólica
e o espírito de empreendimento, educacional e social, do Padre Alzir Sampaio, o
mais virtuoso e o mais dinâmico de todos os seus sacerdotes.
O livro de Rejane Augusto – História Eclesiástica de
Lavras da Mangabeira – constitui, antes de tudo, um
testemunho de fé da autora diante da história da comunidade eclesial a que
pertence, por graça dos dons naturais.
Rejane
Monteiro Augusto Gonçalves é uma historiadora cuidadosa, que sabe vascular com
desvelo as fontes de pesquisa, e juntar os fios do seu texto com muita clareza
e segurança, de forma que o seu livro dispensa, com certeza, qualquer forma de
apresentação.
Por Dimas Macêdo
Por Dimas Macêdo
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