segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A Política e suas consequências: Racionalidade, pragmatismo e sentimento de culpa...


O termo política no seu sentido originário deriva do grego politiká, que por sua vez advém de polis, para designar aquilo que é público.
Seria, partindo desse princípio, a arte da negociação para a confluência de interesses em torno da governança de um município. De forma ampliada, todavia, trata-se de instrumento a ser utilizado de forma consentida como norma ou procedimento para a execução de ações positivas, a depender das missões, valores e compromissos de determinada organização, seja ela pública ou privada. Dito isto, depreende-se que a verdadeira função da política talvez seja o mais nobre dos exercícios de racionalidade do ser humano. Fazemos, portanto, política a todo momento e em qualquer lugar, mesmo que não o saibamos.
Se a política reveste-se de tal importância em nossa vida, não é exagero considerar que o político também o seja. Mas se é assim por natureza, porque há tanto desprezo pelo termo e por quem a exerce institucionalmente?
Para entender um pouco esse processo, não custa lembrar que se a racionalidade é a base da política, não se pode esquecer também de que nem sempre a racionalidade é o melhor caminho para a tomada de decisões. Em muitos casos, o pragmatismo, que serve de meio para justificar essa racionalidade, não passa de mero jogo de cena para garantir interesses não confessáveis. No caso da política institucional, não é incomum que incorramos em exemplos do tipo, quase sempre justificados brilhantemente por autores desses atos.
Há duas semanas o noticiário vem se ocupando de situações que desnudam bem a relação entre a política institucional e os interesses que nem sempre vão ao encontro da opinião pública.

Mas o que é a opinião pública, se não um recorte com forte poder de influência sobre a sociedade.

Esquecemos, ou preferimos não lembrar, que cabe a esta mesma sociedade, que hoje critica a eleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado, e de Henrique Eduardo Alves para dirigir a Câmara dos Deputados, que os dois foram eleitos legitimamente para o Senado e a Câmara com milhares de votos.

Ora, se ali estão, não é por acaso, e se não estão ao acaso, possuem legitimidade para pleitear os cargos de direção. A culpa, em última análise, é de quem, então?

Na Assembléia, tivemos a manobra para protelar a saída do deputado cassado Carlomano Marques, em total desrespeito a uma decisão da Justiça. No caso, porém, dá para julgar apenas os parlamentares? E os que os elegeram, estariam isentos dessa condenação?

Não, mas parece ser bem mais fácil vilipendiar a política, expressão usada pela presidente Dilma Rousseff ao abrir o ano legislativo, do que fazer meia culpa de nossas decisões. E não vale o discurso de que a população é mal informada, ou de que somente os pobres é que sustentam esse quadro.

E aqui, caro leitor, faço um desafio: se você é daqueles que está indignado com os fatos que citei acima, sabe como se posicionou seu senador, deputado federal, deputado estadual e vereador sobre esses temas?

E nessa discussão, como se considera: racional, pragmático ou culpado?

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