Em meio a arquivos centenários do
que hoje é o Instituto Técnico de Perícia do Rio Grande do
Norte (Itep), se esconde a história da polícia técnica do estado.
Em uma sala prestes a ser desativada, foi encontrado um prontuário datado de 29
de abril de 1940, cujo primeiro nome chama atenção: Virgolino Ferreira, vulgo
‘Lampião’. Agora, o chefe de gabinete do Itep, Tiago Tadeu, quer que o
documento se transforme em peça de museu. “Vai ajudar a contar não apenas a
história forense em nosso estado, mas do próprio instituto”, ressaltou.
"Foram fotos antigas que começaram a despertar
curiosidade aqui", conta Tadeu. Antigas fotos do prédio, câmeras que
registraram locais de crimes, fichas de identificação, máquinas de datilografia
também farão parte do acervo do museu, que ainda não tem data de inauguração
nem local definido. O objetivo, no entanto, é claro: "preservar a história
da instituição e possibilitar a divulgação do importante acervo documental que
foi produzido ao longo deste período, como o documento que cita o mais famoso cangaceiro
da história", explica o diretor geral do órgão, o perito Marcos Guimarães
Brandão.
Lampião no RN
A passagem do 'rei do cangaço' pelo Rio Grande do Norte foi meteórica, tanto na rapidez quanto na devastação. "Ele passou 96 horas no estado, e por onde passou só deixou desgraça", conta o coronel da PM aposentado Ângelo Dantas, que também é pesquisador. A história já é conhecida: em 1927, Lampião e seu bando foram rechaçados pelos habitantes de Mossoró, cidade da região Oeste potiguar, que, liderados pelo então prefeito Rodolfo Fernandes, defenderam a cidade. Após a passagem dos cangaceiros, segundo o pesquisador Rostand Medeiros, foram abertos três processos contra Lampião e seu bando. "São de onde o bando deixou rastros. Em Martins, Pau dos Ferros e Mossoró", destaca.
A passagem do 'rei do cangaço' pelo Rio Grande do Norte foi meteórica, tanto na rapidez quanto na devastação. "Ele passou 96 horas no estado, e por onde passou só deixou desgraça", conta o coronel da PM aposentado Ângelo Dantas, que também é pesquisador. A história já é conhecida: em 1927, Lampião e seu bando foram rechaçados pelos habitantes de Mossoró, cidade da região Oeste potiguar, que, liderados pelo então prefeito Rodolfo Fernandes, defenderam a cidade. Após a passagem dos cangaceiros, segundo o pesquisador Rostand Medeiros, foram abertos três processos contra Lampião e seu bando. "São de onde o bando deixou rastros. Em Martins, Pau dos Ferros e Mossoró", destaca.
O
documento achado no arquivo do Itep, em Natal, é uma lauda escrita à fina
caligrafia onde constam os nomes dos 55 criminosos mais temidos do sertão
nordestino. Ao final, a informação de que os homens citados são enquadrados nos
artigos 294 (Matar alguém) e 356 (Subtrahir, para si ou para outrem, cousa
alheia movel, fazendo violencia á pessoa ou empregando força contra a
cousa", como consta no Código Penal dos Estados Unidos do Brasil de 1890).
“Pouco
se sabe sobre esse documento, mas tem ligação com o processo da comarca de Pau
dos Ferros. O fato de estar em Natal pode ser apenas para deixar registrados os
nomes e deixar alguma informação sobre o bando", explica o coronel Ângelo.
Lampião foi morto em 1938, e o documento exibe a data de feitio em 1940,
reforçando a ideia de que é uma ata dos processos contra o bando.
No
Itep, o trabalho de apuração e restauração do material começou com o resgate de
peças que estão em salas que serão desativadas em breve. Feito isso, seguem as
etapas de higienização, reparo de documentos e classificação. Tiago Tadeu
explica que as atividades também irão contemplar a digitalização de todo o
acervo do instituto.
Morte
de Lampião
Faz 78
anos que Lampião e seu bando foram mortos. Eles acamparam na fazenda Angicos,
no Sertão de Sergipe,
no dia 27 de julho de 1938. A área era considerada por Virgulino como de
extrema segurança, longe das vistas das forças policiais. Mas, na manhã do dia
seguinte, os cangaceiros foram vítimas de uma emboscada, organizada por
soldados do estado vizinho, Alagoas, sob a batuta do tenente João
Bezerra. De acordo com pesquisadores, o combate durou somente 10 minutos.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário