Primeiro-secretário da Câmara, Giacobo, foi ao Planalto notificar o presidente Michel Temer da denúncia (Foto: Fernanda Calgaro/G1) |
O presidente Michel Temer foi notificado oficialmente
nesta quinta-feira (29) pela Câmara dos Deputados sobre a denúncia da
Procuradoria Geral da República pelo crime de corrupção
passiva.
O documento foi levado pelo primeiro-secretário da
Câmara, Giacobo (PR-PR), e entregue ao subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa
Civil, Gustavo do Vale Rocha.
A notificação foi entregue no Planalto após a denúncia
ser lida no
plenário da Câmara. O procedimento é necessário para que o processo
tenha andamento na Casa.
Por se tratar do presidente da República, o Supremo
Tribunal Federal (STF) somente analisará a acusação do Ministério Público se a
Câmara autorizar.
O presidente tem se defendido das acusações da PGR e afirmado não há
provas concretas contra ele. Temer já disse, também, que a denúncia é uma
"infâmia
de natureza política" e uma "peça de ficção".
Com a notificação desta quinta, a defesa de Temer terá o prazo de até 10
sessões do plenário da Câmara para se manifestar. Depois, será aberto prazo
para a Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ) debater e votar um parecer recomendando
o prosseguimento da denúncia ou a rejeição. O relator na CCJ ainda não foi
definido.
Independentemente do resultado na CCJ, o parecer será votado pelo
plenário da Câmara. O relatório será submetido a votação nominal e cada um dos
deputados terá de anunciar o voto no microfone. Para a denúncia ser autorizada
e enviada ao Supremo, é preciso o apoio mínimo de 342 dos 513 deputados.
Mais cedo, nesta quinta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
defendeu que a análise da denúncia seja "o
mais rápido possível", mas sem "atropelos". Aliado de
Temer, o deputado se reuniu com o presidente no período da tarde.
Responsável pela notificação
Após levar a notificação ao Planalto, o deputado Giacobo lamentou o
atual cenário de crise política ao ser questionado por jornalistas sobre como
via o fato de o presidente ser notificado de uma denúncia.
"[Vejo] com tristeza, como cidadão brasileiro e como deputado
federal pela crise que nós estamos passando. Agora, nós temos que cumprir o
nosso papel. Estou cumprindo o meu aqui. Espero que tudo isso se resolva o mais
breve possível para que o país possa continuar avançando", afirmou.
Fonte: G1
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