Autoridades revisaram o número de vítimas da tragédia com uma lancha na Baía de
Todos-os-Santos, na travessia Mar Grande - Salvador. Em coletiva
na tarde desta quinta-feira (24), representantes da prefeitura de Vera Cruz, na
região metropolitana de Salvador, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar
disseram que, ao menos, 18 pessoas morreram no acidente. A Capitania dos Portos
confirmou o mesmo número por volta das 15h50.
Segundo a Capitania dos Portos, inicialmente, a
informação era de que 22 pessoas tinham morrido na tragédia. Ainda conforme a
Marinha, o número foi revisado e corrigido por volta das 15h50 desta quinta,
após a coletiva em Vera Cruz e depois do Departamento de Polícia Técnica (DPT)
informar à Capitania o novo dado.
Conforme a Marinha, cinco corpos foram resgatados por
equipes da Capitania dos Portos e levados para o Instituto Médico Legal (IML),
em Salvador. Os outros corpos foram levados para unidades do IML na região de
Vera Cruz, informou a Capitania.
Inicialmente, a informação era de que o
barco transportava 124, sendo 120 passageiros e quatro tripulantes, mas este
número também foi revisado. A embarcação transportava, na verdade, 120 pessoas,
sendo 116 passageiros e quatro tripulantes.
Segundo informações da assessoria da Prefeitura
Municipal de Vera Cruz, o acidente ocorreu a cerca de 200 metros do terminal
marítimo do município, que fica na praia de Mar Grande. A embarcação seguia
para a capital baiana e virou por volta das 6h30. Chovia no momento do
acidente, o mar estava bastante agitado e a maré estava alta.
Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), 89
pessoas foram resgatadas com vida até por volta das 15h50. Dentre os
sobreviventes resgatados, 70 estão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em
Mar Grande; 15 estão no Hospital Geral de Itaparica; dois estão no Hospital do
Subúrbio e dois no Hospital Geral do Estado (HGE), ambos em Salvador.
De acordo com a Marinha, a embarcação estava regular e
um inquérito administrativo será instaurado para apurar causas, circunstâncias
e responsabilidades do acidente.
"Essa informação [do acidente] chegou 7h45. Uma
embarcação que trafegava viu o acidente e emitiu um pedido de socorro para
Marinha do Brasil. Mobilizamos equipes quatro lanchas da Capitania [dos Portos]
mais quatro navios que estavam atracados na Base Naval de Aratu. Ao todo, 126
militares estão no local trabalhando no socorro às vítimas", explicou o
comandante e assessor de comunicação da Marinha, Flávio Almeida.
O presidente da Astramab, Jacinto Chagas, comentou que a
lancha estava com todos os itens de segurança em dia. "A embarcação foi
vistoriada recentemente, cumpria todas as exigências emitidas pela Capitania
dos Portos. Tinha todos os seus coletes, conforme previsto nas normas. Todas as
boias salva-vidas, conforme previsto nas normas. Tripulação conforme previsto
nas normas. Totalmente e adequadamente regularizada", afirmou.
Chagas afirmou que o sistema já operou em condições
marítimas mais difíceis, sem registros de acidente. "Este mar de hoje
estava longe do mar que a gente já navegou em condições inadequadas. Quando o
mar está revolto e a gente vê que não é seguro, a gente automaticamente
suspende. Hoje, no momento do acidente, com certeza estava em condições de
navegabilidade", disse o presidente da Astramab.
Um bebê chegou a ser socorrido por equipes do Samu,
mas não resistiu. Outros dois sobreviventes disseram que a lancha virou após
boa parte dos passageiros se concentrar em um lado só da embarcação.
“Não estava jogando muito como já jogou outras vezes,
mas estava chovendo. Choveu, acho que veio a onda e a pessoa que estava tomando
chuva, tinha um pessoal tomando chuva do lado direito, veio mais para a
esquerda. Juntou tudo, aí pesou e virou. Foi aquele Deus nos acuda”, relatou o
arquiteto Silvio Oliveira.
A técnica de enfermagem Luana Andrade também estava na
embarcação que virou. “As pessoas começaram a ficar em pânico e algumas pessoas
passaram para o lado contrário da lancha. O peso, então, ficou de um lado
só", disse.
Fonte: G1
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