domingo, 12 de agosto de 2012

MP-CE denuncia 25 pessoas por desvio de R$ 22 milhões do BNB


O promotor de Justiça Ricardo Rocha, do Ministério Público, fez uma denúncia crime contra 25 pessoas e seis empresas suspeitas na participação de um esquema que desviou R$ 22 milhões do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) no estado do Ceará. O promotor pediu também o decreto de prisão preventiva do empresário suspeito de ser o "principal responsável" pelo esquema.
Ainda de acordo com Ricardo Rocha, foi concluído um desvio de R$ 22 milhões "nessa primeira parte parte dos desvios", no estado do Ceará. "Estima-se que juntando com os outros estados o desvio chegue a R$ 2 bi", fiz o promtor. As investigações sobre o esquema de desvio duram um ano, segundo o promotor.
O MP-CE diz ter detectado que empresas usavam notas fiscais falsas para comprovar a realização de compras financiadas pelo banco. A Polícia Federal informou que também tem uma investigação em curso sobre o caso.
“Requisitei vários documentos ao banco. A auditoria do banco me mandou um levantamento preliminar do que havia sido feito em empréstimos”, disse Rocha.O BNB confirmou que constatou irregularidades em operações contratadas por 24 clientes entre 2010 e 2011.
O promotor afirma que "de imediato" foi constatado que havia empréstimos fraudulentos contraídos por empresas. Segundo Rocha, entre as fraudes detectadas, havia o financiamento de cem veículos pelo BNB com notas fiscais falsas.
"Você faz um pedido de empréstimo e o banco analisa seu cadastro e aprova. Aprovado, você vai à concessionária e compra os carros. Para a concessionária receber [o pagamento do banco], você precisa apresentar as notas fiscais", disse.
De acordo com o promotor, a Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz) também comprovou que as notas fiscais eram falsas. "Toda nota fiscal tem o selo da Sefaz, e foi constatado que esses selos pertenciam a notas fiscais que não tinham nada a ver nem com a empresa nem com a operação realizada", explicou.
O promotor acrescenta que, em outro empréstimo, uma outra empresa apresentou quatro terrenos como garantia. "Constatamos que o terreno foi comprado por R$ 80 mil e dividido por quatro. O avaliador do banco, que estava envolvido no esquema, ia lá e atestava que o terreno valia R$ 25 milhões, por exemplo", afirmou.

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