Termina hoje, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, a 73ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). A entidade reúne editores e proprietários dos principais jornais das Américas, é respeitada por promover debates e práticas que aperfeiçoam o exercício e a gestão do jornalismo no continente. O encontro foi iniciado na sexta-feira, 27, e um dos principais painéis tratou do jornalismo diante das fake news.
As falsas notícias são disseminadas intencionalmente no mundo digital exatamente para forjar acontecimentos ou reputações. Têm sido um temor para quem dirige ou atua nas plataformas de informação. Influenciaram – ou teriam mesmo decidido? – a eleição surpreendente do empresário Donald Trump como presidente norte-americano. O episódio Trump deu projeção internacional ao termo pós-verdade, que só acredita no que lhe seja útil.
Fake news e pós-verdade, quase sinônimas, “atiram” para todo lado e atingem a todos, convenientemente. Trafegam em concorrências corporativas, em ambientes eleitorais ou mesmo em zonas de interesse do cidadão comum. As mentiras virtuais causam avarias por onde passam. Há o exemplo do alarmismo urbano, de violências nem acontecidas ou até já antigas, podem ser ressuscitadas e replicadas como uma verdade. Os aplicativos de mensagens se abarrotam disso diariamente. Ampliam a sensação de insegurança mesmo quando a realidade já é grave o bastante. As fake news gostam do alvoroço, é assim que se consolidam.
É importante reafirmar que será sempre o bom jornalismo o principal combate ao estrago das falsas informações. Tanto ou mais que os artifícios jurídicos ou medidas punitivas a serem criados. A Assembleia Geral da SIP deu ênfase a isso no painel “Integridade da Notícia”. No caso do Brasil, a preocupação que se desenha diante das fake news é a possível interferência/protagonismo nas eleições de 2018.
O traçado político já acontece nos bastidores, e plantar inverdades ao inimigo político pode vir a ser um recurso na trincheira antes das urnas. O jornalismo, checando dados, acompanhando e analisando fatos e fugindo do declaratório falso ou verdadeiro, atuará para que não seja a eleição dos boatos. A informação credibilizada e responsável é antídoto para as fake news.
PS: durante a Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, entre os veículos premiados por Excelência Jornalística, O POVO foi agraciado com Menção Honrosa na categoria Jornalismo Ambiental pela reportagem especial “À Espera de Francisco – A Peleja da Água”, publicada em 2016.
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