A cidade do Crato, na Região do Cariri, registrou a maior chuva do Ceará
entre a noite de segunda e a manhã desta terça-feira (19), com 120 milímetros.
A força da água transbordou o canal do Rio Granjeiro, que corta a cidade, e
alagou diversas casas do município. Um homem morreu após tentar atravessar o
canal a cavalo e ser arrastado pela correnteza do Rio Batateiras, em outro
ponto da cidade do Crato.
A Avenida José Alves de Figueiredo, por onde passa o canal, também ficou
toda alagada. Carros que estavam na via foram arrastados e um ônibus ficou
preso em um buraco. Devido à enchente, famílias precisaram dormir no meio da
rua após terem as casas alagadas.
A Prefeitura do Crato está realizando a limpeza das ruas e analisando a
possibilidade de transferir as famílias para outros locais. O prefeito da
cidade, Zé Ailton Brasil, afirmou que "está visitando algumas famílias
para ver a maneira como a Prefeitura pode ajudar".
Durante a chuva, diversas casas próximas ao canal foram
invadidas pela água, destruindo móveis e objetos dos moradores. Muitas famílias
perderam todos os pertences na chuva e não tiveram onde passar a noite.
Moradores de outros locais ajudaram as famílias com alimentação e mantimentos.
Emergência na cidade
De acordo com a coordenadora da Defesa Civil do Crato,
Josimere de Melo Silva, o município tem oito áreas de risco e uma delas é a
área do canal do Rio Granjeiro. A coordenadora informou que houve falha no
sistema de alerta.
"Nos pegou de surpresa, nós temos um sistema de
alarme e não foi repassado pra gente que ia ter esse transtorno. Foi um caso
atípico, nós não recebemos esse alerta".
O secretário de infraestrutura do Crato, José Muniz,
informou na manhã desta terça-feira que a prefeitura está realizando um estudo
para analisar se vai ser preciso fazer um decreto de emergência no município.
"Hoje estamos atendendo a população, nossa
prioridade é atender as famílias e levantar os danos", disse.
Ainda de acordo com o secretário, uma equipe de
assistentes sociais está trabalhando com o objetivo de sensibilizar as famílias
que ainda querem permanecer nos locais de alto risco para deixar as
residências.
Chuva na cidade
De acordo com o professor de geografia Bruno Furtado,
que mora nas margens do canal do Rio Granjeiro, o cenário se repete na cidade,
geralmente, de quatro em quatro anos- quando há fortes chuvas na região.
"Isso acontece justamente por conta da urbanização.
A obra de esgoto é mal feita, e sempre dá nisso aí. A água entrou em várias
casas e agora a população tá aí trabalhando para resolver esse problema",
afirmou.
Fonte: G1/CE
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