terça-feira, 27 de março de 2018

Ceará lança programa para reduzir mortes maternas e neonatais


“Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer”. A citação do cientista e obstetra francês Michel Odent guiou a apresentação do Programa Nascer no Ceará, realizado nesta segunda-feira (26) pelo Governo do Ceará, em solenidade no Palácio da Abolição. A ação tem objetivo de reestruturar a linha de cuidado materno-infantil a partir da atenção à gestação de alto risco, e garantir a assistência qualificada a gestantes e recém-nascidos nos 184 municípios cearenses.Por meio da regionalização e descentralização das ações e serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), o novo plano estadual será ferramenta importante para redução da morbimortalidade materna e neonatal.
O evento de lançamento do programa contou com a presença da vice-governadora Izola Cela e da primeira-dama Onélia Santana, que estiveram acompanhadas do secretário da Saúde, Henrique Javi, lideranças municipais e profissionais da saúde.
Ao apresentar o Nascer no Ceará, Onélia Santana explicou que o programa surgiu para otimizar o acompanhamento de mães e crianças cearenses caso a caso, com mapeamento traçado minuciosamente e através de forte pactuação entre Governo e prefeituras de todas as cidades. “Essa é uma política pública feita para as mulheres, as gestantes que precisam de maior atenção. Ainda são muitas as mães que morrem no parto. O sonho de ter seu filho não é realizado. Então o Estado assume mais um papel para prevenir e impedir que essas mulheres sofram por falta de assistência. São mulheres em alto risco, mulheres que são violentadas, que necessitam de vacinas, todas serão cuidadas pelo programa. Será feito mapeamento através de um sistema, um aplicativo, com o compromisso nosso para que a gravidez das mães ocorra com tranquilidade”, garantiu.

Redução da mortalidade materna e neonatal
A morbimortalidade materna e neonatal está vinculada a causas preveníveis como o acesso e uso dos serviços de saúde e a qualidade da assistência pré-natal ao parto e ao recém-nascido. As evidências avaliadas pelo Comitê Estadual de Mortalidade Materna e Infantil mostram que 90% das mortes maternas estão relacionadas a gestantes de alto risco. Atualmente, a mortalidade neonatal (zero a 27 dias de vida) tem a maior representação em termos proporcionais na mortalidade infantil no Brasil e no Ceará, representando até 70% do óbito infantil, enquanto o componente neonatal precoce responde por cerca de 50% das mortes infantis. No Ceará, dentre os estratos etários da mortalidade infantil, o componente pós-neonatal (28 dias a um ano de vida incompleto) sofreu a maior queda e o componente neonatal precoce (zero a seis dias de vida) a menor redução.
Fonte: AI



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