Deputado pelo PDT e economista de Ciro Gomes, Mauro Benevides Filho
rechaça o modelo do governo, que não prevê contribuição dos patrões
Mauro
Benevides Filho e Paulo Guedes, ambos economistas, não poderiam ter histórias
mais diferentes. Com a vitória de Jair Bolsonaro, Guedes se tornou ministro da
Economia. E o cearense foi eleito deputado federal pela primeira vez – e é
o mais cotado para presidir a comissão que vai avaliar a Reforma da Previdência na Câmara.
Em comum,
tanto o pedetista quando o guru do PSL defenderam durante as eleições a
capitalização como alternativa à Previdência. Guedes como o ‘posto Ipiranga’ de
Bolsonaro, e Benevides como o principal conselheiro de Ciro Gomes.
Secretário
da Fazenda por 12 anos em três governos diferentes, Benevides é uma das raras
vozes da oposição a não torcer o nariz para a necessidade de uma reforma na
Previdência. Pelo contrário, tem procurado explicar suas ideias em
detalhes, no plenário e em entrevistas.
O desafio
de longo prazo, diz, é construir um sistema igualitário, financeiramente
equilibrado e sustentável. E o mais urgente é salvar os Estados mergulhados na
crise fiscal.
Benevides
defende um modelo baseado em três pilares: assistência social, repartição e
capitalização. Para o deputado, o trato entre gerações do modelo de repartição
está com os dias contados, porque há cada vez menos jovens para financiar uma
massa crescente de trabalhadores inativos.
Com o texto da reforma na
mesa, ele é enfático em criticar o modelo à la Chile de Paulo Guedes. A solução, diz ele, é
um modelo misto, que proporcione uma transição gradual à capitalização sem
esfolar as contas do governo.
Um
exemplo é o sistema nocional da Suécia, sob o qual os trabalhadores constroem
“saldos” ao longo da carreira. “É um sistema que tem um desenho de repartição,
mas no fundo é de capitalização. Ele tem, dentro do bolo da repartição, uma
ferramenta gráfica que identifica o valor de contribuição”.
Fonte: Carta Capital
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