quinta-feira, 2 de outubro de 2014

EDITORIAL - O POVO: No Ceará, os indecisos vão fazer a diferença



A mais recente pesquisa O POVO/Datafolha coletou as intenções dos eleitores quando faltavam somente cinco dias para as eleições. Ou seja, já haviam passado quase 90 dias desde o início da campanha aberta e 42 dias da campanha no horário gratuito de rádio e televisão. Mesmo assim, 14% dos eleitores se declaram indecisos em relação ao seu voto para governador do Ceará quando apresentados à lista de somente quatro candidatos.
Quando os pesquisadores deixam de lado a lista estimulada e coletam a manifestação espontânea dos eleitores, a quantidade de indecisos mais que dobra. Nesse cenário, 37% disseram que não sabem em quem votar no próximo dia 5 de outubro.
É sinal de que há algo causando incômodos a uma parte nada desprezível dos eleitores. Não se pode considerar normal que após uma longa campanha onde os candidatos se expuseram exaustivamente ainda gere tamanha falta de adesão a uma das quatro opções disponíveis.
O Ceará possui hoje mais de 6,2 milhões de eleitores aptos a votar no domingo que vem. Os 14% de eleitores detectados a partir da apresentação da lista estimulada significam quase 930 mil eleitores. É um exército que se aproxima dos dois terços do eleitorado total de Fortaleza.
A indecisão na consulta espontânea (37%) chega a uma marca que impressiona mais ainda. São, por baixo, aproximadamente dois milhões de eleitores que afirmaram categoricamente que não sabiam em quem votar a cinco dias da eleição. É importante lembrar que a pesquisa espontânea é a que mais se aproxima da realidade diante da urna eletrônica, que não apresenta a lista de candidatos.

No campo da especulação, há algumas possíveis respostas para esse fenômeno. Nenhuma muito boa para o nosso sistema político. A primeira: uma grande parte do eleitorado não está muito interessada nas eleições. Outra: esse exército de eleitores não está aderindo às candidaturas. Por qual motivo? Talvez por não confiar naqueles que se apresentam.
O fato é que o próximo governador, mesmo que a eleição vá para o segundo turno, chegará ao poder com o apoio da metade dos eleitores e com a outra metade contra. Não é uma situação muito confortável.
Fonte: O Povo

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