Especialistas
em ufologia vão iniciar pesquisas em torno do gênero na Área Q, como ficou
conhecida a região de Quixadá e Quixeramobim, onde são comuns relatos de
aparecimentos de Ovnis. Um aficionado estudioso do tema no Estado, Robisson
Alencar, mais conhecido como Boby Peças, é um dos idealizadores da proposta.
De acordo com ele, trata-se do Projeto Gênesis, o
primeiro estudo de campo do gênero no Ceará. Uma equipe está sendo formada para
trabalhar em conjunto com a Associação Gênesis, uma organização não
governamental cujo objetivo é desenvolver e executar projetos como simpósios,
livros, vídeos, documentários e excursões de visita a lugares considerados
importantes para as pesquisas. A rota terá início nas duas cidades do Sertão
Central do Ceará.
Credibilidade
A idéia principal do projeto é dar mais
credibilidade aos fenômenos de fato registrados na região, mas desprezados ou
escondidos pelos órgãos oficiais como as Força Aéreas de muitos países e mais
os institutos espaciais internacionais, como a Nasa, explica o ufólogo.
Na avaliação de Boby Peças, dos casos apontados
como relacionados aos Ovnis ou UFOs, somente 2% têm alguma fundamentação para
pesquisas mais específicas sobre esses fenômenos. A maioria deles, os outros
88%, geralmente não tem veracidade.
O restante dos
casos anunciados são de algum tipo de objeto do universo cósmico cruzando o
espaço tais como meteoros e cometas, ou terráqueos, como satélites e até
aeronaves de modelos não convencionais como os aviões, utilizadas pelas forças
armadas dos países mais desenvolvidos como os Estados Unidos, Inglaterra e
Rússia. Às vezes também são brincadeiras, peças pregadas por descrentes de vida
além da Terra.
Não bastasse esses problemas, quem foi submetido a
algum tipo de experiência dificilmente quer se expor publicamente. As pessoas
envolvidas nesses tipos de fenômeno geralmente não levam suas experiências ao
conhecimento público com medo de se expor e serem consideradas malucas, segundo
os estudiosos.
Por esses motivos, a equipe de ufólogos fará preliminarmente
o estudo do caso e somente havendo confirmação e aceitação de quem presenciou
ou foi submetido a contato será dado conhecimento do fato por meio do portal
eletrônico a ser lançado, como também nos documentários e encontros promovidos
pela Associação ou dos quais forem convidados a participar.
Boby se refere ao exemplo do recente aparecimento
de Ovnis, há cerca de duas semanas, no entorno do Açude do Cedro. Um casal de
namorados relatou ter visto uma esfera luminosa de aproximadamente cinco metros
de diâmetro mergulhar nas águas do reservatório público e após alguns minutos
retornar ao espaço. Com receio de serem repreendidos pelos pais e motivo de
chacota entre os vizinhos, os jovens pediram para não ter seus nomes revelados.
Casos dessa natureza não serão expostos pela
equipe do Projeto Gênesis. Somente por meio das informações prestadas pelas
testemunhas será possível certificar a autenticidade do episódio. Casos assim
serão descartados até o surgimento de provas concretas, explicou o ufólogo.
Discussão
Com o Projeto Gênesis, a ufologia voltará a ganhar
destaque na Área Q. A discussão sobre a existência de vida extraterrestre
voltará à tona. Casos clássicos como o do crânio do ET, famoso a partir da
investigação feita pela reportagem do Diário do Nordeste, voltarão às rodas de
debate. Embora profissionais especializados em paleontologia tenham apontado a
peça óssea como sendo de uma tartaruga marinha, os ufólogos de Quixadá ainda
não se deram por convencidos. Boby ainda guarda o crânio, encontrado em
novembro de 2005, à margem da CE-060, nas proximidades da Fazenda Pé de Serra,
há pouco mais de 10Km do Centro de Quixadá.
Rejuvenescimento
Outro registro muito famoso sobre ETs em Quixadá
foi o Caso Barroso, de 1976. Após ser atingido por um facho de luz disparado
por uma espaçonave, o comerciante Luis Barroso Fernandes morreu anos depois, de
forma misteriosa. Ele entrou em processo de rejuvenescimento mental deixando
médicos impressionados.
Mesmo após
consultar 17 especialistas em várias áreas da Medicina, seu caso continua sendo
um dos mais emblemáticos dessa área e objeto de estudo em vários países,
destacou o ufólogo de Quixadá.
Com mais de 40
anos dedicados à ufologia, o professor Agobar Peixoto considera a proposta
apresentada pelo amigo Robisson Alencar - prefere tratá-lo pelo nome -
interessante e válida. Entende ser importante o acompanhamento de fatos reais.
Ele reconhece o Caso Barroso como exemplo e um dos mais clássicos no gênero.
A cena inclusive é reproduzida no longa-metragem
Área Q, com exibição em circuito nacional há alguns meses. Conforme o ufólogo,
quem iniciou as investigações foi o colega ufólogo Reginaldo de Athayde. Desde
então, o fenômeno tem atraído o interesse de estudiosos mundo afora. Na opinião
de Agobar, o comerciante Luis Barroso foi atingido por um facho de luz afetando
seu cérebro. Nunca mais a vida dele foi a mesma. "Mas quem explica melhor
esse fato é Athayde", pontua.
Em seu livro "ETs, santos e demônios na terra
do Sol", o pesquisador Reginaldo de Athayde aborda o Caso Barroso. Era
madrugada de 3 de abril de 1976.Luis Barroso seguia para o seu sítio, situado
alguns quilômetros da cidade quando ouviu um zumbido semelhante ao de um enxame
de abelhas. Olhou para trás, não viu nada e resolveu continuar. Repentinamente,
um objeto voador, de aproximadamente três metros de diâmetro, posicionou-se
acima dele.
Assustado, puxou as rédeas e parou para observar o
estranho aparelho descer lentamente à sua frente, a uns 30 metros de distância. O
burro andou para trás, aparentemente assustado com a presença do objeto.
Repentinamente, o aparelho emitiu um facho de luz atingindo Barroso e o animal.
Ficam paralisados.
Do aparelho abriu-se uma porta, por onde saíram
dois pequenos seres. Um deles segurava um objeto semelhante a uma lanterna, com
a qual apontou e disparou um facho de luz atingindo Luis Barroso no rosto. Com
isso, imediatamente Barroso perdeu a consciência. Ao voltar a si percebeu que
estava distante do local onde havia parado a charrete. Sentia-se tonto, trêmulo
e um ardor no rosto. Sentia também dificuldades respiratórias e intensa dor de
cabeça. O lado esquerdo de seu corpo encontrava-se avermelhado, além de sentir
dificuldade em realizar movimentos para colocar a charrete em movimento.
Pouco depois, Barroso foi socorrido por um
vaqueiro. Como não estava se sentindo bem pediu pata levá-lo até sua casa, onde
narrou sua extraordinária experiência. Ainda sentindo mal, em decorrência do
contato, ele pediu à esposa para levá-lo ao médico, Antônio Magalhães, um dos
mais conceituados da cidade. Ele ouviu atentamente o relato do paciente e
embora não acreditasse em discos voadores na época, considerou que algo muito
sério havia ocorrido. Barroso tinha elevada credibilidade na cidade. Ele
registrou todas as informações no prontuário de atendimento e receitou-lhe um
antialérgico, um calmante e repouso absoluto. Ao voltar para casa, Barroso
continuou sentindo-se mal, com dores constantes pelo corpo. Seus olhos ardiam
muito e o lado esquerdo do seu corpo continuava avermelhado.
Divulgação
Os relatos de Barroso se espalharam pela cidade.
Suas narrativas sobre a aparição chegaram a Fortaleza, onde emissoras de rádio
e jornais locais divulgaram o episódio. O caso também chamou a atenção de
Athayde. Foram então 17 anos de visitas contínuas, de duas a três vezes ao mês,
até a morte dele. Luis Barroso faleceu em 1º de abril de 1993. "Ele tinha
a pele suave como a de um bebê. Na melhor descrição possível, ele demonstrava
uma regressão mental, aparentemente irreversível. Com o tempo passou a agir
como uma criança. Ao fim da vida pronunciava apenas três palavras: mamãe, dá e
medo. Ele sempre falava quando alguém batia uma fotografia com flash,
evidenciando algum tipo de trauma com luz", disse.
Reginaldo de Athayde, hoje com 76 anos, é uma das
pessoas mais conhecidas e respeitadas na ufologia do Brasil. Além de presidente
do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), ele é jornalista, escritor,
administrador de empresas e contador. Foi presidente da Academia de Letras e
Artes do Ceará, e também vice-presidente da Academia Municipalista de Letras do
Estado do Ceará (Almece).
Em fevereiro de 2006 um suposto OVNI cruzou a Pedra do Cruzeiro no Centro de Quixadá
FONTE: Jornal Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário