Tomando posse para o seu segundo mandato como governador, Camilo Santana (PT) prevê para os próximos quatro anos um exercício diário do diálogo ainda mais intenso com o Governo Federal, agora com a presidência de Jair Bolsonaro (PSL).
Quatro anos atrás, o petista assumia o Palácio da Abolição com a correligionária Dilma Rousseff reeleita em Brasília. O impeachment da petista e a ascensão de Michel Temer (MDB) acabaram transformando o então adversário Eunício Oliveira (MDB) em aliado de primeira ordem do governador para destravar recursos de interesse do Ceará no plano federal. Agora, com o cenário cada vez mais arisco, Camilo aposta no diálogo para avançar nas políticas públicas.
"Eu sou um homem de diálogo. Da mesma forma que ele (Bolsonaro) foi eleito pelo povo brasileiro, eu fui eleito pelo povo cearense. Agora, eu sou governador de todos os cearenses e ele é o presidente de todos os brasileiros. Nós vivemos numa Federação. Apesar da independência dos estados, a gente mantém uma relação institucional de respeito. E é isso que nós vamos construir ao longo desses anos com o Governo Federal", defendeu o petista após tomar posse, na tarde de ontem, na Assembleia Legislativa. Camilo, logo após assumir mandato na presença de deputados estaduais, deslocou-se para o Palácio da Abolição para dar posse ao primeiro escalão. Em novo discurso, reafirmou a busca pelo diálogo com o Governo Bolsonaro.
Prestigiando a cerimônia de posse de Santana, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) pediu, do Governo Federal, respeito ao Ceará, e comparou a relação com Brasília à época de Fernando Collor como presidente da República.
"Isso se estabiliza porque ainda há muito sangue quente recente das eleições. Mas nós já temos vivência disso. Eu tenho conversado com o Camilo sobre isso. Quando eu assumi o governo do Ceará, era o Collor (o presidente). E era muito parecido. Sob certo aspecto, menos ruim do que hoje. Mas havia um temor", argumenta.
Adversário de Bolsonaro na disputa pela presidência da República, Ciro aproveitou para cobrar que o "Governo Federal tem obrigação de respeitar o Ceará".
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