O Ceará assumiu seu papel de protagonista mundial no setor
das telecomunicações ao receber o Data Center Angonap, da multinacional Angola
Cables, inaugurado na manhã desta terça-feira (16), em Fortaleza. O momento
consolidou o hub tecnológico planejado pelo Governo do Ceará, que, ao lado do
centro de conexões aéreo da Air France/KLM/GOL e portuário CIPP/Porto de
Roterdã, formam a trinca de hubs para alavancar o desenvolvimento no Estado. O
governador Camilo Santana participou da solenidade ao lado do CEO global da
empresa, António Nunes, do ministro das Telecomunicações e Tecnologias de
Informação de Angola, José Carvalho da Rocha, e do prefeito Roberto Cláudio.
“Há uma palavra hoje que é conectividade. Esse é o mundo
atual e do futuro. O que a Angola Cables está fazendo aqui no Ceará é saindo na
frente no Nordeste, tirando a concentração do eixo Sudeste e trazendo para o cá
esse mundo da conectividade e da telecomunicação. O Ceará tem uma característica
diferente. Aqui não há muita concentração em poucos provedores, talvez sejamos
no Brasil a maior concentração de provedores, com quase 400, e isso dinamiza o
mercado, a economia, gerando grandes oportunidades. Não tenho dúvida que a
instalação da Angola Cables vai possibilitar que Fortaleza e o Ceará se
destaquem nesse mundo de telecomunicação global. Isso significa atrair novos
provedores de conteúdo e internet, mais investimentos em tecnologia e pesquisa,
e temos o compromisso de estimular cada vez mais nossas escolas e universidades
a investirem e possibilitarem a formação de pessoas nessa área”, enfatizou o
governador Camilo Santana, que, após a solenidade, pode conhecer as instalações
do centro de dados.
A empresa Angola Cables investiu cerca de US$ 300 milhões
na construção do Data Center, edificado em uma área de 3.000 m² na Praia do
Futuro, e na instalação dos cabos submarinos Sacs e Monet, que ligam via fibra
óptica duas regiões com grande potencial econômico – Américas e África, gerando
uma rota alternativa de conectividade com os Estados Unidos e o continente
asiático. O Sacs sai da cidade de Luanda, na Angola, e chega a Fortaleza,
percorrendo 6.200 quilômetros sob o oceano Atlântico, e o Monet, com 10 mil km
de extensão, interliga as cidades de Santos e Fortaleza, no Brasil, e Miami,
nos EUA. A velocidade da transmissão de dados pelos cabos é de 63
milissegundos, movimento mais rápido que um piscar de olhos. Por meio dos
cabos, as empresas instaladas no Ceará, desde gigantes do ramo, até os pequenos
provedores, terão conexão de melhor qualidade e estimulando a economia e a
criação de empregos qualificados.
Posição privilegiada
A
localização geográfica do Ceará tem sido fator preponderante na consolidação da
trinca de hub’s. Sua posição vem sendo considerada estratégia para a conexão de
outras partes do mundo com a America Latina. Uma prova disso é que Fortaleza é
a segunda cidade no mundo com mais cabos submarinos – ao todo 12 – ficando
atrás somente de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, que possui 13. De acordo
com levantamento feito pelo IBGE, a região do Nordeste apresenta a terceira
maior contribuição de segmentos das tecnologias da informação e comunicação no
Brasil.
António
Nunes, CEO da Angola Cables, afirmou que a escolha da capital cearense teve
influência de sua posição no mapa, mas o trabalho feito pelo poder público no
sentido de fomentar o desenvolvimento do setor de telecomunicações também
pesou. “Fortaleza é um hub natural de cabos submarinos. Quando nós fizemos
nosso planejamento de local no Brasil onde deveríamos aportar nossos cabos,
Fortaleza foi o local mais adequado, pelo fato de podermos, posteriormente,
através de um Data Center como esse, nos interligarmos com outros cabos
submarinos que já estejam aqui. Paralelamente a isso temos tido uma surpresa
muito agradável porque o Estado e Fortaleza têm promovido muito o
desenvolvimento do ecossistema digital e por isso Fortaleza passa a ser no
Nordeste um ponto muito importante dessa economia digital”, confidenciou o CEO.
Esse
potencial reflete nos números latino-americanos no mercado de Data Centers, que
movimentou US$ 2,87 bilhões em 2016. A estimativa é que os centros de dados da
América Latina cheguem a faturar US$ 4,37 bilhões em 2021. O Brasil concentra
45% de todos os centros de armazenamento de dados existentes América Latina e
foi responsável por 47,6% do faturamento da região em 2016.
Economia
A
era digital tem transformado costumes da sociedade e aberto novas maneiras de
se fazer negócios. Esse prisma de transformação e a chegada de um equipamento
desse porte credencia a capital cearense a um crescimento de oportunidades em
um futuro próximo, acredita Roberto Cláudio. “Essa onda nova do comércio
eletrônico, de todas as comunicações embarcadas no celular para você lidar com
o dia a dia do seu padrão de consumo, uma nova perspectiva inclusive de
telecomunicações e do uso da tecnologia da informação para gerar emprego e
renda, isso abre um novo cenário, novas oportunidades. O princípio básico disso
é a conectividade. Aqui a gente não está recebendo só mais cabos de fibra
óptica. A gente tá fazendo mais do que isso ao ganharmos esse investimento.
Estamos ganhando um Data Center de ponta, com padrão de segurança e velocidade
únicos”, ressaltou o prefeito de Fortaleza.
Fonte: AI
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